
O norte do Paraná acordou com uma cena digna de filme de ação, mas sem nada de ficção. Na manhã desta segunda-feira, um estampido seco ecoou pela PR-446, no trecho que corta Mauá da Serra. Duas vigas de concreto — daquelas que sustentam pontes — simplesmente cederam. Despencaram como se fossem de brinquedo.
O barulho, segundo moradores da região, foi assustador. "Parecia um trovão muito seco, muito forte", contou um comerciante que preferiu não se identificar. "A gente sentiu o chão tremer."
Obra vira cenário de caos
No local, trabalhadores que construíam um viaduto tiveram que correr. A queda das estruturas — cada uma com peso que beira o inimaginável — gerou uma nuvem densa de poeira. Dois funcionários não conseguiram escapar ilesos. Um deles, com 28 anos, sofreu ferimentos mais sérios. O outro, de 35, saiu com escoriações. Ambos foram levados às pressas para o hospital de Apucarana.
E olha, a situação poderia ter sido muito pior. Muito mesmo. A sorte é que o acidente aconteceu no início da manhã, quando o movimento na rodovia ainda era pequeno. Se fosse durante o pico... bem, melhor nem pensar.
Trânsito completamente paralisado
Agora, o que era para ser uma obra que melhoraria a vida dos moradores virou um pesadelo logístico. A PR-446 está completamente interditada em ambos os sentidos. E não adianta tentar dar a volta por dentro — o acesso local também está bloqueado.
Quem precisa passar por ali terá que encarar um desvio considerável pelas PR-340 e PR-218, passando por Arapongas. Vai perder tempo? Vai. E muito.
O Batalhão de Polícia Rodoviária está no local fazendo a sinalização e orientando os poucos sortudos que ainda não estavam no trajeto quando tudo aconteceu.
E agora?
Enquanto isso, as investigações sobre as causas do desabamento já começaram. A Polícia Científica esteve no local coletando provas e documentando cada detalhe. A concessionária responsária pela obra — a Viapar — garante que está prestando todo o suporte necessário e colaborando com as autoridades.
Mas a pergunta que fica é: como algo assim acontece? Falha no projeto? Erro de execução? Problema no material? A verdade é que ninguém sabe ainda. E os moradores, é claro, estão apreensivos. Afinal, confiamos que essas estruturas vão nos sustentar, não é mesmo?
Enquanto as respostas não chegam, Mauá da Serra tenta voltar à normalidade. Mas com uma rodovia principal interditada e duas vidas marcadas pelo susto, a normalidade vai demorar.