Uma cena de tensão tomou conta do estádio municipal de Limeira nesta quarta-feira (16). Por volta das 10h30, um operário de 42 anos despencou de uma altura de aproximadamente 8 metros durante serviços de manutenção na estrutura do local.
Testemunhas contam que o barulho da queda foi ensurdecedor. "Parecia um trovão seco", descreve Marcos, um colega de trabalho que preferiu não revelar o sobrenome. O susto foi geral — ninguém esperava que uma rotina de reforma virasse um pesadelo.
Minutos de pânico
O que se seguiu foi corrida contra o relógio. O Samu chegou em 12 minutos — tempo recorde considerando o trânsito da região. Mas os paramédicos rapidamente perceberam: o caso exigia mais do que uma ambulância comum.
- Fraturas múltiplas nas costelas
- Suspeita de trauma craniano
- Hemorragia interna
"Quando vi o estado dele, meu estômago embrulhou", admite a enfermeira Raquel, que participou do primeiro atendimento. O protocolo era claro: helicóptero ou risco de vida.
Operação asa-delta
Às 11h17, o Águia 1 — helicóptero do serviço de resgate aéreo — pairava sobre o gramado. Uma verdadeira coreografia de emergência se desenrolou:
- Isolamento da área em 3 minutos
- Preparação da maca especial
- Estabilização do paciente contra choque
- Transporte em voo rasante para Campinas
O Corpo de Bombeiros revelou que a vítima trabalhava sem cinto de segurança — detalhe que transformou uma queda rotineira em tragédia anunciada. "É aquela história: o perigo sempre parece exagero... até o dia em que não é", filosofa o capitão Almeida, com a voz carregada de experiência.
Enquanto isso, no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, a equipe médica já preparava a sala de cirurgia. O operário passou por procedimentos de emergência e segue em estado grave, mas estável. A família aguarda notícias na sala de espera — entre xícaras de café frio e revistas amassadas.
A Prefeitura de Limeira emitiu nota informando que abriu sindicância para apurar as circunstâncias do acidente. Enquanto os protocolos de segurança forem questionados, uma pergunta paira no ar: quantos sustos ainda serão necessários para que o básico seja cumprido?
