
Numa virada de sorte cruel, Papanduva acordou mais triste nesta terça-feira. O mecânico Ademar da Silva — ou simplesmente "Macaco", como era carinhosamente chamado — perdeu a vida num acidente que chocou a cidade. O que começou como um dia normal terminou em tragédia quando um ônibus desgovernado atingiu o profissional, que estava consertando um veículo à beira da estrada.
Segundo testemunhas, tudo aconteceu rápido demais. "Ele nem teve tempo de reagir", contou um colega de trabalho, ainda visivelmente abalado. O impacto foi tão violento que, mesmo com o socorro imediato, não houve chance. Macaco morreu no local.
O homem por trás do apelido
Quem conhecia Ademar sabia: o apelido não vinha da aparência, mas da agilidade com que se mexia entre motores e ferramentas. Tinha mãos de fada pra mecânica — diziam os clientes. E um sorriso que desarmava até nos dias mais difíceis.
"Era o tipo de pessoa que fazia falta antes mesmo de ir embora", lembra Dona Marta, dona de uma padaria próxima à oficina onde ele trabalhava. "Sempre tinha uma piada pronta, um conselho..." A voz dela some por um instante.
O vácuo que fica
Agora, o que resta é o silêncio naquela esquina movimentada. E perguntas:
- Como um profissional tão cuidadoso com os veículos dos outros acabou sendo vítima justamente do que mais entendia?
- Quem vai consertar não só os carros, mas o ânimo daquela comunidade?
A Polícia Rodoviária ainda investiga as causas exatas do acidente. Enquanto isso, o motorista do ônibus — que saiu ileso — presta depoimento. Mas nada disso devolve um pai de família, um amigo, um profissional exemplar.
No bar da esquina, onde Macaco era presença garantida depois do expediente, a primeira rodada ficou intacta sobre o balcão. Homenagem improvisada de quem não sabia como dizer adeus.