
Era só mais um dia comum no posto de saúde de Valparaíso de Goiás — ou pelo menos deveria ser. Mas uma enfermeira decidiu transformar seu expediente em conteúdo para as redes sociais, e o resultado foi tão inesperado quanto um diagnóstico errado.
Segundo fontes internas, a profissional usava o celular para gravar vídeos enquanto deveria estar atendendo pacientes. Nada de errado em compartilhar conhecimento, certo? Errado. O problema é que os vídeos mostravam detalhes do ambiente de trabalho, equipamentos e até — pasmem — pacientes sem autorização.
"TikTok primeiro, saúde depois?"
A situação explodiu quando os vídeos começaram a circular nas redes. Alguns colegas ficaram indignados: "Isso é falta de respeito com quem precisa de atendimento", comentou um técnico de enfermagem que preferiu não se identificar.
A Secretaria Municipal de Saúde não perdeu tempo. Em menos de 48 horas após as denúncias, a enfermeira foi afastada do cargo "por descumprimento de normas éticas". Um comunicado oficial mencionou "comprometimento da privacidade" e "desvio de conduta profissional".
E agora?
O caso levantou um debate importante: até onde vai a liberdade de expressão no ambiente de trabalho? Especialistas em direito trabalhista ouvidos pela reportagem são categóricos — "O expediente é sagrado", afirma a dra. Luísa Mendonça.
Enquanto isso, no posto de saúde, a rotina tenta voltar ao normal. Mas o burburinho continua. "Todo mundo tá mais atento agora", confessa uma recepcionista, "até os celulares parecem estar mais quietos".