Imagine a escuridão da noite, o mar revolto e um barco frágil carregando sonhos e desespero. Foi assim que 154 almas enfrentaram o pior pesadelo possível nas águas do Iêmen. Só 12 conseguiram contar a história.
O barco — uma embarcação improvisada que mais parecia uma armadilha flutuante — desapareceu nas ondas como se fosse feito de papel. Segundo relatos dos sobreviventes, o pânico tomou conta quando a água começou a invadir o convés. Gritos, orações, crianças chorando... e então, o silêncio.
Rotas da morte
O Iêmen virou palco de uma das travessias mais letais do planeta. Todo ano, milhares arriscam tudo fugindo de guerras e miséria, só para encontrar a morte no mar. E sabe o que é mais revoltante? Isso não é novidade. É um filme de terror que se repete toda semana.
Os socorristas que chegaram ao local — Deus sabe como conseguiram — disseram que a cena era de partir o coração. Corpos boiando, pertences espalhados, e aqueles poucos sortudos agarrados a destroços como se a vida deles dependesse de um pedaço de madeira (e dependia).
Números que doem
- 154 pessoas a bordo — a maioria somalis e etíopes
- 12 sobreviventes encontrados em estado crítico
- 0 chances de encontrar mais vivos, segundo as equipes de resgate
E enquanto você lê isso, alguém está juntando as últimas moedas para pagar um "coiote" e embarcar nessa roleta-russa marítima. Porque quando a alternativa é morrer de fome ou levar um tiro, o mar parece uma opção razoável. Triste, não?
PS: Se achar que "imigrante ilegal" é só um termo jurídico, experimente passar 3 dias num barco sem água ou comida. Depois a gente conversa.
