
Um susto que nenhuma família quer viver. Na tarde de ontem, um bebê de apenas 1 ano sofreu queimaduras graves em um daqueles acidentes domésticos que acontecem num piscar de olhos — e que deixam marcas para sempre.
Segundo testemunhas, a criança teria derrubado um recipiente com líquido fervente sobre o próprio corpo. O choro agonizante fez os vizinhos correrem. "Parecia um grito de dor que vinha das entranhas", contou Dona Maria, moradora da rua, ainda visivelmente abalada.
Corrida contra o tempo
O Samu foi acionado imediatamente, mas a gravidade do caso exigia mais. Muito mais. Em questão de minutos, um helicóptero do Corpo de Bombeiros pousou no local — aquela cena de filme que ninguém quer protagonizar na vida real.
Enquanto isso:
- Médicos da UPA local faziam os primeiros curativos
- A mãe, em estado de choque, mal conseguia falar
- Vizinhos se reuniam em oração na calçada
"Quando vi aquele bebê sendo carregado na maca, meu coração gelou", desabafou um dos socorristas, que pediu para não ser identificado. "São esses casos que a gente leva pra casa, entende?"
O voo da esperança
O helicóptero decolou rumo à capital mineira por volta das 16h23, num trajeto que normalmente levaria 3 horas de carro. Naquele momento, cada minuto poupado valia ouro.
Em Belo Horizonte, uma equipe multidisciplinar já aguardava no Hospital João XXIII, referência no tratamento de queimaduras. "Infelizmente, atendemos muitos casos assim", lamentou a diretora da unidade, Dra. Fernanda Costa. "Só neste mês, foram 4 crianças com queimaduras graves."
Dados que assustam: Segundo o Ministério da Saúde, acidentes domésticos são a segunda maior causa de morte de crianças de 1 a 4 anos no Brasil. E as queimaduras? Respondem por 15% desses casos.
E agora?
O pequeno paciente segue internado na UTI pediátrica. Seu estado é considerado grave, mas estável — se é que esses dois termos podem coexistir sem contradição. A família aguarda, entre lágrimas e esperança, os próximos boletins médicos.
Enquanto isso, a pergunta que não quer calar: quantos acidentes como esse precisam acontecer até que a gente realmente aprenda a prevenir? Cozinha não é lugar de criança, líquidos quentes devem ficar longe das bordas... Mas convenhamos, todo mundo já deixou um copo de café perto demais alguma vez, não?
O caso serve de alerta. E de lição. Daquelas que doem na alma.