
Parece que os ônibus de João Pessoa estão andando mais vazios — e não é impressão não. Os números confirmam: o transporte coletivo da capital paraibana sofreu uma baixa de 17% no número de passageiros entre agosto do ano passado e o mesmo mês de 2025. Uma queda que dá o que pensar, né?
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado da Paraíba (Sintur), a coisa tá feia. Caiu de 5,9 milhões para 4,9 milhões de usuários no período. Uma diferença de exatamente um milhão de pessoas que simplesmente sumiram dos coletivos.
E a pandemia ainda bate à porta?
O presidente do Sintur, Carlos André Pimentel, joga uma luz sobre o assunto. Ele acredita — e faz sentido — que a pandemia deixou marcas profundas nos hábitos de mobilidade da população. "O trabalho remoto veio pra ficar em muitas áreas", observa. Sem falar naquela velha máxima: quem pode, evita aglomeração.
Mas calma que não é só isso. O problema é bem mais embaixo. O setor enfrenta — pasmem — um aumento absurdo de 40% nos custos operacionais desde 2022. Combustível, peças, manutenção... Tudo subindo como foguete, enquanto a tarifa não acompanha esse ritmo.
O preço do desequilíbrio
Aqui vem o pulo do gato: o valor da passagem em João Pessoa está congelado em R$ 4,50 desde 2019. Seis anos sem reajuste! Enquanto isso, a inflação acumulada no período beira os 30%. Como sobreviver nessa equação maluca?
Carlos André não economiza nas palavras: "A situação é insustentável". E completa, com a autoridade de quem vive o problema na pele: "Precisamos de um reajuste urgente para manter a qualidade do serviço".
E o passageiro, como fica?
Olha, a conta não fecha pra ninguém. As empresas se apertam com custos lá em cima, o poder público se vê entre a cruz e a espada, e o usuário... Bem, o usuário vai procurando alternativas. Moto, carro, bicicleta, até andar a pé — qualquer coisa parece melhor do que enfrentar um sistema que definha aos poucos.
O que me preocupa — e deve preocupar você também — é o efeito dominó. Ônibus vazios significam mais carros nas ruas, mais trânsito, mais poluição. Um círculo vicioso que prejudica a cidade inteira.
Enquanto isso, o Sintur segue na labuta diária, tentando equilibrar essa gangorra perigosa. A pergunta que fica é: até quando dá para segurar essa barra?