
Imagine terminar uma aula cansativa e descobrir que seu meio de transporte simplesmente evaporou. Pois é exatamente isso que centenas de estudantes da Universidade Federal do Ceará enfrentam desde segunda-feira. A linha 404, que era praticamente uma tábua de salvação entre os campi, simplesmente sumiu do mapa.
E não foi um sumiço discreto, não. A empresa de transporte, na maior cara de pau, alegou que a rota não era mais lucrativa. Lucrativa? Como se educação fosse mercadoria! Enquanto isso, a gente se pergunta onde estava a Prefeitura quando essa bomba estourou.
O Desespero é Real
Os relatos que circulam pelos corredores da UFC dariam um bom roteiro de drama. Tem gente fazendo verdadeiras peregrinações a pé sob o sol cearense - que, convenhamos, não é nenhuma brincadeira. Outros se viram nos trinta com aplicativos de transporte, mas vamos combinar: todo dia? Com preço de estudante?
"É simplesmente inviável", desabafa uma aluna que preferiu não se identificar. "Ou eu pago o transporte ou como. Não dá para os dois." A frase ecoa o sentimento geral: uma mistura de cansaço com aquela revolta que só quem depende de transporte público conhece.
E as Aulas? Como Fica?
O timing não poderia ser pior. Estamos no meio do semestre, com trabalhos acumulando e provas se aproximando. Muitos estudantes já estão chegando atrasados - quando conseguem chegar. A situação é tão crítica que alguns cogitam até trancar disciplinas.
- Deslocamentos que eram de 20 minutos agora levam horas
- Gastos extras com transporte alternativo
- Risco de abandono das aulas
- Estresse físico e mental nas alturas
Não é exagero dizer que o futuro acadêmico de muita gente está pendurado por um fio - e esse fio se chama transporte digno.
E Agora, José?
A Prefeitura de Fortaleza joga a batata quente para a empresa, que por sua vez culpa a falta de passageiros. Enquanto isso, os estudantes viram reféns de uma guerra que não é deles. A Secretaria de Educação do Estado promete "avaliar a situação", mas você conhece essa lenga-lenga, né?
O que ninguém parece entender é que educação de qualidade começa com mobilidade urbana eficiente. De que adianta ter laboratórios modernos se o aluno não consegue chegar até eles?
Enquanto as reuniões se prolongam nos gabinetes com ar-condicionado, lá fora a realidade é outra: mochilas nas costas, suor na testa e a esperança de que alguém, em algum lugar, resolva esse problema que já deveria ter sido resolido ontem.