
Imagine a cena: você para seu carro, compra o ticket no parquímetro com toda a boa-fé do mundo, e dias depois... surpresa! Chega uma multa por estacionamento irregular. Pois é, essa situação está virando rotina — e um pesadelo — para muitos motoristas em Ribeirão Preto.
Os equipamentos de área azul, aqueles que deveriam facilitar nossa vida, estão dando mais dor de cabeça que alívio. E o pior: quem paga o pato é sempre o consumidor.
Problemas que não param
Os relatos são variados — e preocupantes. Tem parquímetro que simplesmente não aceita cartão, outros engolem moedas sem emitir comprovante, e alguns mostram mensagens de erro que ninguém entende. Parece aquela máquina de refrigerante que pega seu dinheiro e não entrega a lata, só que com consequências bem mais caras.
"É uma situação absolutamente frustrante", desabafa um motorista que preferiu não se identificar. "Você faz tudo certo, segue as regras, e mesmo assim leva uma multa. Parece que o sistema está contra nós."
O custo das falhas técnicas
Quando o equipamento falha, o prejuízo é certo. E estamos falando de valores que doem no bolso:
- Multas que variam de R$ 53,20 a valores bem mais salgados
- Despesas com deslocamento para tentar resolver a situação
- Perda de tempo com burocracia — e sabemos como tempo é dinheiro
- Estresse que ninguém merece no dia a dia
O que mais revolta os condutores é a sensação de injustiça. Como provar que o problema foi técnico e não má-fé? A palavra do cidadão comum parece pesar menos que a de uma máquina defeituosa.
E a fiscalização?
Aqui vem outro ponto delicado: enquanto os equipamentos falham, a fiscalização continua rigorosa. Os agentes passam aplicando multas como se nada estivesse acontecendo — e os motoristas ficam no prejuízo.
"Já vi gente tirando foto do comprovante com o celular por medo do ticket sumir ou não ser aceito", conta uma comerciante da região central. "As pessoas estão criando seus próprios métodos de proteção, o que mostra a falta de confiança no sistema."
E agora, o que fazer?
Especialistas sugerem algumas medidas para se proteger — pelo menos enquanto a situação não se resolve:
- Sempre tire foto do comprovante com data e hora visíveis
- Prefira pagar com cartão, que deixa rastro digital
- Se o equipamento estiver com problemas, tente usar outro ou estacione em local diferente
- Em caso de multa indevida, entre com recurso imediatamente
Mas vamos combinar: não deveria ser assim. O cidadão não deveria precisar virar um detetive particular só para estacionar seu carro.
Uma luz no fim do túnel?
A concessionária responsável pelos parquímetros garante que está ciente dos problemas e trabalha para resolvê-los. Prometem melhorias no sistema e mais agilidade no atendimento aos usuários.
Mas entre promessas e realidade existe um abismo — e quem cai nele são os motoristas com multas para pagar.
Enquanto isso, a pergunta que não quer calar: até quando os contribuintes vão bancar os custos de um sistema que não funciona como deveria? A resposta, infelizmente, parece estar escrita a lápis — e com borracha por perto.