
Era pra ser mais um dia normal. Mas o destino, esse artista caprichoso e às vezes cruel, decidiu escrever uma história diferente para duas mulheres que dedicavam suas vidas à educação. Na manhã dessa sexta-feira, 22, a BA-001 – aquela estrada que corta o sul da Bahia como uma veia – foi palco de uma cena dantesca.
Um carro e um caminhão. Uma colisão frontal. E tudo mudou.
As vítimas? Elisângela de Jesus Santos, 41 anos, e Adriana Almeida de Jesus, 44. Não eram apenas nomes em uma ocorrência policial. Eram professoras. Mães. Colegas. Mulheres que moldavam futuros dentro de sala de aula e que agora, de repente, viram seus próprios futuros interrompidos de forma tão brutal.
O Coração da Escola Parou
Na escola onde lecionavam, o clima é de incredulidade. Como se alguém tivesse apertado o botão de pausa no meio de uma música alegre. "É um baque. Uma dor coletiva", confessa uma colega de trabalho, a voz embargada. "Elisângela era aquela professora vibrante, cheia de projetos. Adriana, uma força tranquila, paciente. Como explicar isso pros alunos?"
O fato é que ninguém explica. Aceita-se, ou tenta-se aceitar, a dor que vem em ondas. A Secretaria de Educação já se movimenta, preparando todo o suporte psicológico necessário para a comunidade escolar. Porque luto assim não se supera com um simples minuto de silêncio.
Os Detalhes que Doem
O acidente aconteceu por volta das 6h30, no trecho entre Ilhéus e Itabuna. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o Chevrolet Onix em que as professoras estavam tentou fazer uma ultrapassagem. A manobra, infelizmente, não deu certo. O resultado foi o impacto violento com o caminhão que vinha no sentido contrário.
Os bombeiros chegaram rápido, mas só puderam mesmo constatar o óbito. O motorista do caminhão, pasmem, saiu ileso. Às vezes a vida é assim mesmo: uma loteria inexplicável.
O que fica? A lembrança. O legado. O vazio. A cidade de Itabuna hoje se veste de uma tristeza profunda, daquelas que ecoa pelas ruas e pelos corredores da escola. Duas educadoras se foram, mas a semente que plantaram – ah, essa permanece. E é por isso que, mesmo na dor, a comunidade se une. Para lembrar. Para honrar. Para não deixar que uma tragédia apague duas belas histórias.