
Era pra ser uma parada rápida, daquelas que a gente faz todo dia sem pensar duas vezes. Só trocar um pneu e seguir viagem. Mas na Rodrigues Alves, sentido Santos Dumont, o routine virou pesadelo por volta das 8h30 desta quinta-feira (22).
Um homem — que até agora ninguém sabe quem é — estava lá, vulnerável, concentrado no estepe, quando o impensável aconteceu. Um ônibus simplesmente não viu. Ou viu tarde demais.
O impacto foi brutal. Testemunhas que passavam pelo local ainda parecem estar em choque. "Foi muito rápido, muito violento", comentou um motorista que preferiu não se identificar. "A gente nunca espera por uma coisa dessas".
O resgate contra o tempo
O Samu chegou rápido, pra variar. Encontraram o homem caído, com múltiplos ferimentos, aquele cenário que nenhum profissional de saúde quer ver pela manhã. Os socorristas trabalharam com aquela urgência contida, profissional, mas sabendo que cada segundo contava.
Ele foi levado pra Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo Grande. Chegou grave. Muito grave. O silêncio no hospital dizia mais que palavras.
E o trânsito?
Ah, o trânsito... Como sempre, os curiosos atrapalharam mais que ajudaram. A via precisou ser parcialmente interditada — óbvio — e o caos se instalou na região. Quem precisava passar pela Santos Dumont se preparou para horas de lentidão.
A Polícia Militar Rodoviária fez o que pôde: desviou o fluxo, orientou os motoristas, tentou manter a ordem num cenário de total desordem.
E agora?
As investigações mal começaram. Ainda não sabem direito como o ônibus — que, pasmem, nem parou inicialmente — conseguiu não enxergar um homem trocando pneu. Seria distração? Falha mecânica? O sol da manhã atrapalhando?
O motorista do ônibus, esse sim, foi localizado depois. Prestou esclarecimentos, deve responder pelo ocorrido. Mas isso é detalhe perto do que aconteceu com a vítima.
Enquanto isso, na UPA, familiares aguardam notícias. Qualquer sinal de melhora. Um milagre, quem sabe.
E a gente fica aqui pensando: quantas vezes já paramos no acostamento sem pensar nos riscos? Quantas vezes confiamos que os outros motoristas vão nos ver? Hoje, na Santos Dumont, a resposta veio dura e cruel.