
Imagine só: você está numa moto, trafegando normalmente por uma das avenidas mais movimentadas de Manaus, quando de repente... um buraco. Não qualquer buraco, mas uma cratera que se tornou uma armadilha mortal. Foi exatamente isso que aconteceu na Avenida Djalma Batista, no último dia 22, transformando uma viagem rotineira numa tragédia irreparável.
A Polícia Civil do Amazonas, depois de uma investigação minuciosa — daquelas que deixam nenhuma pedra sem virar —, chegou a uma conclusão que, para muitos, era óbvia, mas que precisava ser oficializada: o motociclista não tinha culpa alguma. Zero. Nada. A verdadeira responsável pelo acidente que custou a vida de uma jovem grávida foi a própria rua, ou melhor, a falta de manutenção dela.
O que realmente aconteceu naquele dia?
Os peritos não deixaram margem para dúvidas. Através de uma análise técnica detalhada, reconstituíram a cena e confirmaram que o buraco na pista foi o fator determinante para a perda de controle da motocicleta. A força do impacto foi tanta que tanto o condutor quanto a passageira, que estava grávida, foram arremessados. A mulher, infelizmente, não resistiu aos ferimentos.
O motociclista, que ficou bastante abalado com o ocorrido, foi inocentado. A delegada Karla Farias, que coordenou as investigações, foi enfática: "Não houve imprudência por parte do condutor. A via apresentava uma condição precária, e foi isso que provocou o acidente".
E agora, quem paga por essa negligência?
Essa é a pergunta que fica no ar, ecoando na mente de qualquer um que circula pelas ruas esburacadas de Manaus — e não são poucas. Com a conclusão do inquérito, o caso deve seguir para a Justiça. A família da vítima pode, e muito provavelmente vai, processar o poder público por negligência.
É um daqueles casos clássicos em que a omissão custa vidas. A prefeitura é responsável pela conservação das vias, e quando falha... bem, as consequências podem ser devastadoras. E o pior: isso não é um incidente isolado. Quantos buracos existem por aí, esperando pelo próximo acidente?
A tragédia na Djalma Batista escancara um problema crônico que assola não só Manaus, mas praticamente todo o Brasil: a infraestrutura urbana negligenciada. Enquanto isso, vidas seguem sendo perdidas por puro descaso.