Aos 71 anos, piloto que fez 33 km em 2 rodas com Chevette em 1985 quer novo recorde
Piloto de 71 anos quer repetir recorde de 33 km em duas rodas

Quatro décadas depois de entrar para a história do automobilismo mundial, um piloto brasileiro se prepara para uma nova aventura sobre duas rodas. Carlos Cunha, que em 1985 estabeleceu um recorde mundial ao dirigir um Chevette em apenas duas rodas por mais de 33 quilômetros, revelou planos de repetir a façanha em 2026. Aos 71 anos, ele encara o desafio de superar a si mesmo, mas desta vez com um veículo diferente.

O feito histórico na Rodovia dos Bandeirantes

O trajeto lendário aconteceu na Rodovia dos Bandeirantes, ligando as cidades de Jundiaí a São Paulo. Na época, o percurso de 33 quilômetros foi completado em 35 minutos, com a pista fechada para a tentativa oficial do recorde. Enquanto o Chevette avançava em equilíbrio precário, o tráfego fluía normalmente atrás dele, aumentando a pressão sobre o piloto.

Carlos Cunha relembra que a concentração precisava ser absoluta. "Eu só tinha uma chance, era fazer ou fazer. Não tinha outro jeito. Se o carro caísse, eu perdia o recorde", conta ao g1. O veículo, que pesava quase uma tonelada, não contava com direção hidráulica, exigindo força física considerável para manter o volante controlado nas ondulações da pista.

Os maiores desafios e a emoção da conquista

Entre os momentos mais críticos, o piloto destaca a passagem por uma praça de pedágio. "Tinha ondulações, o carro balançou bastante e quase caiu, mas eu segurei. Reduzi da quarta marcha para a segunda, passei com calma e depois acelerei", detalha. A superação desses obstáculos culminou em uma cena emocionante: ao se aproximar da capital, viu uma faixa com os dizeres 'Bem-vindo, Carlos Cunha, recordista mundial' e um helicóptero registrando tudo.

A confirmação do recorde veio com a presença de Derrick Marx, representante do Guinness Book na época, que entregou pessoalmente o diploma a Carlos. A celebração marcou a consolidação de um feito inédito, registrado para sempre nas páginas do livro dos recordes.

A preparação para 2026: físico, psicológico e um novo carro

Quarenta anos depois, o desafio se renova, mas com novas variáveis. Carlos Cunha, agora com 71 anos, reconhece que a preparação será diferente. "Tenho que treinar e me adaptar, então não vejo problema em qual modelo de carro usar. O desafio maior é que eu vou enfrentar novamente a pressão psicológica", afirma.

Ele ressalta que a posição para guiar o carro em duas rodas é muito difícil e que tanto o aspecto físico quanto o mental precisam estar em perfeita sintonia. Diferente de 1985, o novo projeto não utilizará o tradicional Chevette, embora o piloto não tenha revelado qual modelo será escolhido para a tentativa em 2026.

A motivação, no entanto, permanece a mesma: quebrar seu próprio recorde e provar que a paixão pela pilotagem e pelo desafio não tem idade. A comunidade automobilística e os fãs de recordes mundiais aguardam ansiosos pelos próximos capítulos dessa incrível história brasileira sobre duas rodas.