Socorrista desabafa: 'Reconheci meu sogro em acidente grave só por detalhe na roupa' — história emocionante no Paraná
Socorrista atende sogro sem saber em acidente no PR

Imagine a cena: barulho de metal amassado, vidros quebrados, gente correndo. Um socorrista veterano, desses que já viram de tudo, chega ao local preparado para o pior — mas nada poderia tê-lo preparado para o que descobriria nos próximos minutos.

Era mais um plantão comum na BR-369, no norte do Paraná, quando a equipe foi acionada para um acidente grave. Dois veículos colidiram frontalmente, e as primeiras informações sugeriam feridos em estado crítico. O que ninguém sabia — muito menos ele — é que a vida estava prestes a pregar uma daquelas peças que só o destino explica.

O detalhe que mudou tudo

Enquanto atendia um dos motoristas, inconsciente e com múltiplos ferimentos, algo chamou sua atenção. Não era o rosto — coberto de sangue —, nem a voz — que ele não ouvia há dias. Era um pequeno bordado no bolso da camisa, quase imperceptível: as iniciais "J.R.M.", exatamente como as do seu sogro.

"Meu coração parou. Aí olhei melhor para as mãos — aquele anel de formatura específico, a cicatriz no pulso direito... Era ele mesmo", contou o socorrista, que pediu para não ser identificado. "A gente treina para tudo, menos para reconhecer família no meio do caos."

Profissionalismo acima de tudo

Mesmo com o choque, o treinamento falou mais alto. Ele continuou os procedimentos de estabilização com mãos firmes (embora, como admitiu depois, "por dentro tava tudo tremendo"). Só quando a vítima foi encaminhada ao hospital é que a emoção veio à tona.

"Liguei pra minha esposa na hora, mas nem consegui falar direito. Ela pensou que eu tinha me machucado", lembra, com um sorriso meio sem graça. "Quando expliquei, ela desmontou. Meu sogro é como um pai pra mim."

O acidente, segundo a PRF, teria sido causado por ultrapassagem indevida. O sogro do socorrista sofreu fraturas múltiplas, mas está estável — e, segundo a família, já até brincou que "nunca mais vai reclamar do genro ser workaholic".

Já o socorrista? Diz que vai levar um tempo pra digerir a experiência. "A gente acha que conhece os limites da profissão, mas a vida sempre arruma um jeito de nos surpreender", reflete. "Hoje eu sei: nenhum treinamento prepara você para o momento em que o uniforme vira o seu próprio cotidiano."