Motorista que atropelou corredor em Salvador é exonerado da Assembleia Legislativa da Bahia
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Era para ser mais uma manhã normal de treino na orla de Salvador, mas o que aconteceu na última terça-feira (19) vai ficar marcado na memória de todos. Um corredor, dedicando-se ao seu exercício rotineiro, foi surpreendido por um veículo que subiu no calçadão - e o resultado foi devastador.

O motorista, como se descobriu depois, não era um cidadão qualquer. Tinha cargo comissionado na Assembleia Legislativa da Bahia, o famoso "quebra-galho" que tantos políticos distribuem por aí. Mas o privilégio durou pouco.

A reação foi rápida, até surpreendentemente rápida para os padrões baianos. Em questão de horas após o incidente ganhar as redes sociais e a imprensa, o presidente da ALBA, deputado Adolfo Menezes, anunciou a exoneração do condutor. "Não compactuamos com esse tipo de conduta", disse ele, num raro exemplo de consequência imediata.

E as investigações?

O Departamento de Trânsito do Estado (Detran-BA) assumiu o caso de pronto. Testemunhas relataram que o motorista simplesmente invadiu a calçada - como? por quê? essas são perguntas que ainda ecoam sem resposta definitiva. O veículo, um Hyundai HB20, foi apreendido para perícia técnica.

Enquanto isso, a vítima, um homem de 56 anos, luta pela vida no Hospital Geral do Estado. O estado de saúde é considerado gravíssimo, segundo boletins médicos. Familiares mantêm vigília constante, numa angústia que só quem passa por algo assim pode compreender.

O que diz a lei?

O caso está sendo tratado como crime de trânsito, mais especificamente homicídio culposo - quando não há intenção de matar, mas a morte ocorre por imprudência. A pena pode chegar a quatro anos de detenção, mas sabemos como essas coisas costumam terminar no Brasil, não é?

Curiosamente, o motorista foi liberado após prestar depoimento. Pagou fiança de R$ 15 mil, valor que para muitos parece irrisório perto do sofrimento causado. A justiça, como sempre, segue seu curso lento e burocrático.

O que mais choca nesses casos - e olha que não são poucos - é a sensação de impunidade que paira no ar. Desta vez, pelo menos, houve uma resposta rápida do legislativo estadual. Mas será suficiente? Só o tempo - e a recuperação da vítima - poderão responder.