
O que começou como mais um dia comum nas estradas do Rio Grande do Norte terminou em tragédia. Por volta das 10h desta terça-feira (6), um motociclista — ainda não identificado — perdeu a vida após um choque violento com um caminhão na BR-110, altura do km 42, em Mossoró.
Testemunhas contam que a moto seguia no sentido Mossoró-Apodi quando, de repente, invadiu a contramão. O caminhão, carregado com sacas de cimento, não teve como desviar. O impacto foi tão forte que a moto ficou irreconhecível — um amontoado de metal retorcido que nem parecia ter sido um veículo horas antes.
O cenário do acidente
No local, pedaços de vidro espalhados como estrelas caídas no asfalto. Um capacete rachado ao meio, abandonado a uns cinco metros do corpo, que foi coberto rapidamente com um lençol branco — já manchado de óleo e terra. Os bombeiros chegaram em 12 minutos, mas era tarde. "Quando a gente viu, só restou chamar o IML", disse um dos socorristas, com a voz embargada.
O motorista do caminhão, um senhor de 54 anos que fazia a rota faz décadas, saiu ileso fisicamente. Mas o choque emocional? Esse ficou estampado no rosto dele, pálido, enquanto dava depoimento à PRF. "Eu buzinei, tentei frear... mas foi tudo tão rápido", repetia, como se quisesse convencer a si mesmo.
Trânsito parado e perguntas sem resposta
A BR-110 ficou parcialmente bloqueada por quase três horas. Enquanto os peritos trabalhavam, uma fila de carros se formou — alguns motoristas impacientes buzinando, outros saindo dos veículos para tentar entender o que havia acontecido. Um senhor de chapéu de couro comentou: "Todo dia é um risco nessa curva. Já vi três capotamentos aqui esse ano".
O que levou o motociclista a perder o controle? Excesso de velocidade? Problema mecânico? Mal súbito? A Polícia Rodoviária Federal ainda investiga. O que se sabe é que uma família inteira chora hoje a perda de alguém que saiu de casa e não voltou. Detalhe cruel: na mochila do motociclista, encontrada intacta, havia um presente de aniversário embalado. Para quem? Nunca saberemos.
Enquanto isso, a BR-110 segue movimentada como sempre. Vida que segue, como dizem. Mas para alguns, essa terça-feira de sol forte no semiárido potiguar vai ficar marcada a ferro e fogo na memória.