Físico renomado é morto ao ser atropelado por viatura da PM em faixa de pedestres em São Paulo
Físico renomado morto por PM em faixa de pedestres em SP

A cidade de São Paulo foi palco de uma tragédia que uniu trânsito, segurança pública e a perda irreparável do conhecimento científico. Na última sexta-feira, o físico Sérgio Mascarenhas, de 77 anos, foi atropelado e morto por uma viatura da Polícia Militar enquanto atravessava uma faixa de pedestres no bairro do Butantã, zona oeste da capital paulista.

Uma mente brilhante silenciada no asfalto

Sérgio Mascarenhas não era um pedestre qualquer. Aos 77 anos, o cientista carregava nas costas décadas de contribuições fundamentais para a ciência brasileira. Com formação em Física, ele atuava como consultor para alguns dos mais importantes museus e institutos de pesquisa do país, incluindo o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.

Seu legado intelectual atravessava fronteiras, com trabalhos reconhecidos internacionalmente na área da física aplicada. A notícia de sua morte causou comoção imediata na comunidade acadêmica, que perde não apenas um colega, mas uma referência em sua área de atuação.

O trágico momento do acidente

O incidente ocorreu por volta das 18h30 de sexta-feira, na Avenida Doutor Vital Brasil, uma das vias mais movimentadas da região. Testemunhas relataram que Mascarenhas atravessava a faixa de pedestres corretamente quando foi atingido pela viatura da PM que realizava um patrulhamento de rotina.

"Ele estava na faixa, fazendo tudo certo. A viatura vinha em velocidade e não conseguiu parar a tempo", contou uma comerciante que preferiu não se identificar.

Resposta das autoridades

A Polícia Militar emitiu uma nota confirmando o envolvimento de sua viatura no acidente e informou que o condutor foi submetido a teste de alcoolemia, que resultou negativo. A corporação afirmou que o caso está sendo apurado pela Corregedoria da PM e que prestará todo o apoio necessário às investigações.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) assumiu as investigações do caso, que será tratado como homicídio culposo no trânsito - quando não há intenção de matar.

O vazio na ciência brasileira

A morte de Mascarenhas deixa um vazio difícil de preencher no cenário científico nacional. Como consultor de instituições de peso, ele participava ativamente da elaboração de exposições, da curadoria de acervos e da orientação de pesquisas em diversas áreas do conhecimento.

Colegas e admiradores já começam a se mobilizar para homenagear o físico, destacando não apenas sua competência profissional, mas seu papel como formador de novas gerações de cientistas.

Questionamentos que permanecem

O caso reacende o debate sobre a segurança de pedestres em São Paulo, mesmo em locais que deveriam garantir sua proteção - como as faixas de pedestres. Também levanta questões sobre a formação dos condutores de viaturas policiais para situações de trânsito.

Enquanto a família de Sérgio Mascarenhas se prepara para o velório, marcado para este domingo, a comunidade científica se despede de uma de suas mentes mais brilhantes - vítima de uma tragédia que poderia ter sido evitada.