
O que começou como mais uma tarde comum de brincadeiras terminou em pesadelo. A cena que testemunhei hoje em São Vicente foi daquelas que ficam gravadas na memória - e não saem mais.
Lá estava ele, um garoto que não devia ter mais que oito ou nove anos, correndo atrás daquela bola colorida como se o mundo inteiro se resumisse àquele momento de diversão. De repente, o barulho seco do impacto. Um som que corta a alma.
O momento do susto
O menino simplesmente voou. Foi lançado como um boneco de pano, girando no ar antes de cair pesadamente no asfalto. Parecia coisa de filme, só que era real - terrivelmente real.
"Ele foi arremessado a uns três, quatro metros de distância", contou uma testemunha que preferiu não se identificar, ainda visivelmente abalada. "A gente fica sem reação, sabe? É tudo muito rápido e ao mesmo tempo parece que acontece em câmera lenta."
Reação imediata
O que me impressionou foi a rapidez com que as pessoas ao redor reagiram. Alguns correram para socorrer a criança, outros tentavam controlar o trânsito - um caos completo, com motoristas buzinando sem entender a gravidade da situação.
O menino, milagrosamente, conseguiu se levantar sozinho depois do impacto. Mas estava claramente em estado de choque, com escoriações pelo corpo e aquele olhar perdido que só quem vive um trauma desses conhece.
O socorro chegou rápido
O Samu não demorou - deve ter levado uns dez minutos, mas parecia uma eternidade. Os paramédicos fizeram o primeiro atendimento ali mesmo na rua, com aquela serenidade profissional que só quem lida com emergências diárias consegue manter.
Ele foi levado para o Hospital Municipal de São Vicente, e segundo as últimas informações que consegui apurar, passa bem. Bem, considerando que poderia ter sido muito pior.
Reflexão necessária
Esses acidentes me fazem pensar: onde foi que a gente errou como sociedade? Crianças brincando na rua eram cenas comuns nas décadas passadas, mas hoje se tornaram praticamente um risco calculado.
O motorista, segundo testemunhas, parou imediatamente e prestou socorro. Não fugiu, assumiu a responsabilidade - algo que, infelizmente, não é tão comum quanto deveria ser.
O caso agora está com a Polícia Militar, que vai investigar todos os detalhes. Mas uma coisa é certa: essa família nunca mais vai ser a mesma. E aquele menino, provavelmente, nunca mais vai correr atrás de uma bola com a mesma inocência de antes.