Justiça condena motorista a quase 10 anos por acidente que matou vereador e família em Rochedo de Minas
Condenação por acidente que matou vereador e família em MG

A estrada que corta Rochedo de Minas testemunhou uma daquelas tragédias que marcam uma comunidade para sempre. Era agosto de 2022 quando um simples trajeto se transformou em pesadelo — e agora, mais de três anos depois, a Justiça finalmente deu seu veredito.

O motorista envolvido na colisão frontal que ceifou três vidas vai encarar quase uma década atrás das grades. Nove anos e oito meses, para ser exato. A sentença saiu na última terça-feira, e a sensação é que, de alguma forma, o tempo não consegue apagar a dor daquela tarde fatídica.

O dia que mudou tudo

Imagine só: 14 de agosto, um domingo qualquer. O vereador José Eustáquio Rodrigues, figura conhecida na região, seguia pela MG-285 junto com o filho, Welerson, e a nora, Tatiane. A vida seguia seu curso normal — até que, de repente, tudo mudou.

O outro veículo, conduzido pelo agora condenado, invadiu a contramão. Não deu tempo de reação. O choque foi violento, daqueles que deixam marcas profundas, tanto no asfalto quanto na memória de quem ficou.

Três vidas se foram num piscar de olhos. José Eustáquio não era apenas um político — era pai, marido, amigo. Welerson e Tatiane tinham sonhos pela frente, planos que nunca se realizarão. A comunidade de Rochedo de Minas chorou como se perdesse membros da própria família.

O longo caminho até a sentença

O processo arrastou-se por meses, como costuma acontecer na nossa Justiça — aquela sensação de que o tempo dentro dos tribunais corre diferente do nosso. O Ministério Público não deixou barato: entrou com denúncia por homicídio culposo, aquele que acontece sem intenção, mas por imprudência.

E olha, a defesa tentou argumentar que não havia provas suficientes. Disse que o laudo pericial não comprovava, com todas as letras, a invasão da contramão. Mas o juiz João Batista Santos, da 1ª Vara Criminal de Oliveira, não comprou a ideia.

As testemunhas foram claras, o contexto falou mais alto. Às vezes, a verdade aparece mesmo quando os papéis não gritam óbvio.

Como será o cumprimento da pena

O condenado — cujo nome a gente evita repetir demais, para não dar ibope — começará cumprindo a pena em regime semiaberto. Significa que durante o dia pode trabalhar, estudar, mas à noite precisa voltar para a cadeia.

Mas atenção: se ele der um passo em falso, se cometer qualquer infraçãosinha que seja, pode dar adeus à liberdade relativa. O regime fechado espera por quem não leva a segunda chance a sério.

Ah, e tem mais: ele terá que pagar cestas básicas como forma de reparação. Parece pouco perto das vidas perdidas? Talvez. Mas a Justiça tenta, dentro do possível, aliviar um pouco o fardo dos afetados.

O que fica depois da tragédia

Rochedo de Minas segue tentando se reerguer. É difícil, muito difícil mesmo. Quando a morte visita uma pequena comunidade dessa forma violenta, cada esquina lembra a ausência.

O caso serve como daqueles alertas dolorosos sobre como um segundo de distração ao volante pode custar uma vida — ou três. A estrada não perdoa, a física não negocia.

Enquanto o condenado inicia seu pagamento à sociedade, as famílias das vítimas continuam pagando o preço mais alto: a saudade que não tem medida, não tem data de validade. A Justiça fez sua parte, mas a dor — essa, infelizmente, segue seu próprio curso.