
Era pra ser mais um dia normal. O sol já começava a se despedir no horizonte da Rodovia Anchieta, na altura de São Bernardo do Campo, quando o inacreditável aconteceu. Uma moto, guiada por um jovem de apenas 20 anos — que, pasmem, nem habilitação tinha —, colidiu violentamente contra um ciclista que trafegava pela marginal.
O impacto foi tão brutal que não deixou chance. O homem, de 54 anos, ainda foi socorrido com urgência desesperadora. Os bombeiros chegaram rápido, até que chegaram. Mas já era tarde demais. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu ali mesmo, no asfalto quente da via que liga São Paulo ao litoral.
E o motociclista? Ah, esse saiu praticamente ileso. Um verdadeiro paradoxo da injustiça do trânsito. Ele fugiu do local na hora, é claro. Mas a Polícia Rodoviária não demorou para encontrá-lo. Foi localizado e preso em flagrante — não só por dirigir sem a devida permissão, mas por causar um acidente com vítima fatal e, pra completar, tentar se esquivar da responsabilidade.
O Cenário do Caos
Testemunhas que estavam por perto disseram que a cena foi de puro horror. A moto, uma Honda CB 500F, simplesmente invadiu o espaço do ciclista, sem aviso, sem tempo de reação. A força do choque projetou o homem para longe, numa imagem que ninguém que viu vai esquecer tão cedo.
O corpo da vítima, depois de todo o procedimento de emergência — que, convenhamos, já era inútil —, foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de São Vicente. Lá, a família vai ter que identificar o que restou. Uma tarefa das mais dolorosas, imagino.
E Agora, José?
O motociclista, preso e autuado, agora responde por homicídio culposo no trânsito. Mas a pergunta que fica, e que sempre fica nessas horas, é: até quando? Até quando vamos ver vidas sendo ceifadas por irresponsabilidade ao volante (ou ao guidão, nesse caso)? Dirigir sem habilitação não é uma simples infração; é uma roleta-russa com a vida dos outros.
A Anchieta, que já é palco de tantos dramas diários, registrou mais um capítulo trágico. E a gente segue, todo dia, cruzando essas estradas, torcendo para não ser o próximo.