Autoescolas em xeque: Detrans rebatem proposta de eliminar aulas obrigatórias — 'Educação no trânsito salva vidas'
Autoescolas em xeque: Detrans rebatem proposta polêmica

Eis que surge mais um capítulo naquela discussão que parece não ter fim: será mesmo que dá pra confiar no "jeitinho brasileiro" quando o assunto é formar motoristas? A Associação Nacional dos Detrans (AND) soltou o verbo nesta segunda (29) e fez coro contra a proposta que quer acabar com as autoescolas obrigatórias.

Não é brincadeira não — enquanto uns defendem que o processo pra tirar carteira fique mais barato e menos burocrático, os Detrans botam a mão no volante e aceleram na direção contrária. "Educação no trânsito não é gasto, é investimento", dispara o presidente da AND, com aquela convicção de quem já viu de perto as consequências da falta de preparo nas ruas.

Os números que assustam

Pensa num negócio pra fazer tremer: o Brasil registra uma média de 30 mil mortes por ano em acidentes de trânsito. Dá até frio na espinha. E olha que a maioria esmagadora dessas tragédias — pasme! — poderia ter sido evitada com formação adequada.

  • 65% dos acidentes graves envolvem condutores inexperientes
  • Taxa de reprovação nos exames práticos chega a 42%
  • Custo social dos acidentes supera R$ 50 bilhões anuais

"Tá achando pouco?", questiona um instrutor de autoescola de São Paulo, enquanto ajusta o banco do carro pra mais uma aula. "O povo já dirige que nem maluco, imagina sem nem ter tido orientação profissional..."

O outro lado da moeda

Claro que tem quem discorde — e com argumentos que fazem certo sentido. A turma que defende a mudança alega que o atual sistema é caro, lento e, convenhamos, cheio de falhas. "Pagamos fortunas pra aprender a estacionar num cone", reclama uma estudante de Brasília, que já gastou R$ 2.500 e ainda não pegou a bendita CNH.

Mas será que a solução é jogar fora o bebê junto com a água do banho? Especialistas em segurança viária torcem o nariz: "Autoescola ruim a gente melhora, mas formação porca a gente enterra no cemitério", solta um deles, sem papas na língua.

O que diz a proposta polêmica

  1. Fim da obrigatoriedade das aulas teóricas e práticas em autoescolas
  2. Possibilidade de aprendizagem com instrutores independentes credenciados
  3. Redução de até 60% no custo total para obter a CNH

Enquanto isso, nas ruas, a discussão esquenta mais que motor de fusca no sol do meio-dia. "Tá certo, eu aprendi a dirigir com meu pai e tô vivo até hoje", diz um motorista de aplicativo, antes de fazer uma conversão proibida. Ironia? Talvez.

O fato é que, com ou sem autoescola, uma coisa é certa: no trânsito brasileiro, a lei da selva muitas vezes parece vencer a do Código de Trânsito. E aí, vale a pena arriscar?