Além dos Ossos Quebrados: Custo Oculto dos Acidentes de Trânsito em Presidente Prudente Supera R$ 101 Milhões
Acidentes de trânsito custam R$ 101 mi ao SUS em Pres. Prudente

Quando pensamos em acidentes de trânsito, a mente logo vai para aquelas imagens dramáticas de carros amassados e ambulâncias correndo. Mas o buraco é muito mais embaixo — e o preço que todos nós pagamos vai muito além do conserto dos veículos.

Em Presidente Prudente, a conta chegou a uma cifra que dá vertigem: impressionantes R$ 101 milhões gastos pelo SUS apenas com as consequências desses acidentes. Isso mesmo, milhões. Dinheiro que poderia estar salvando vidas de outras formas, indo para consertar corpos quebrados por imprudência no asfalto.

As cicatrizes que os raios-X não mostram

Os pesquisadores foram a fundo nessa ferida. Entre janeiro de 2022 e dezembro de 2023, foram nada menos que 3.861 pessoas atendidas na rede pública da cidade por causa de acidentes nas ruas e estradas. A maioria? Jovens entre 20 e 39 anos — justamente aqueles que deveriam estar no auge de sua produtividade.

E aqui vem o dado mais cruel: os motociclistas representam 57% desse total. Parece que a sensação de liberdade sobre duas rodas tem um preço amargo demais.

Onde o dinheiro some?

  • Internações hospitalares consumiram R$ 4,5 milhões
  • Atendimentos de urgência e emergência: R$ 96,6 milhões
  • Procedimentos ambulatoriais somaram R$ 246,6 mil

Números que doem mais que muitos ossos quebrados, não é mesmo?

Uma epidemia silenciosa

O coordenador do estudo, Bruno Henrique dos Santos, foi direto ao ponto: "As sequelas não aparecem só nas radiografias". Como ele tem razão! Cada real gasto representa sonhos adiados, famílias desestruturadas, traumas que nenhum exame de imagem consegue capturar completamente.

E pensar que muita gente ainda trata o trânsito como se fosse uma competição, onde vale tudo para chegar alguns minutos mais cedo. No final, todos perdemos — e como!

A pesquisa mostrou ainda que os homens são as maiores vítimas, representando 70% dos atendimentos. Algo na nossa cultura machista precisa mudar urgentemente, antes que mais vidas sejam ceifadas nas ruas.

Além dos números: o que realmente importa

Enquanto discutimos estatísticas, famílias inteiras choram perdas irreparáveis. Pais que não voltam para casa, filhos que ficam órfãos, futuros que se desfazem num piscar de olhos.

Talvez seja hora de encararmos essa realidade de frente. O custo humano é incalculável, mas os R$ 101 milhões mostram pelo menos parte do preço que pagamos coletivamente pela irresponsabilidade no trânsito.

E você, já parou para pensar que cada vez que pega o volante ou o guidão, está segurando não apenas sua vida, mas também um pedaço dessa conta milionária?