Documento oficial enterra versão: assessor de Bolsonaro não pisou nos EUA em 2022, diz órgão de fronteira
Órgão dos EUA nega viagem de assessor de Bolsonaro em 2022

O que parecia ser mais um capítulo na já turbulenta relação entre Brasil e Estados Unidos ganhou um reviravolta de tirar o fôlego. A história que circulava por aí — da suposta viagem do assessor especial da Presidência Filipe Martins ao território americano em outubro de 2022 — simplesmente ruiu diante de documentos oficiais.

E não foi por falta de tentativa, viu? A Polícia Federal, coitada, botou a mão na massa e solicitou formalmente às autoridades migratórias dos EUA que confirmassem a entrada do assessor no país. A resposta? Um silêncio que fala mais que mil palavras — ou melhor, uma confirmação negativa que põe por terra toda a narrativa.

O que realmente aconteceu

O tal formulário I-94, que é basicmente o RG dos estrangeiros em solo americano, não registra nenhuma entrada de Filipe Martins entre 30 de setembro e 31 de dezembro daquele ano. Nem chegou, nem saiu, nem fez escala. Nada.

E olha que a investigação foi minuciosa — a Customs and Border Protection (CBP), que é quem cuida dessa papelada, varreu todos os sistemas possíveis e imagináveis. Cruzaram dados de passaporte, buscaram por qualquer migalha que indicasse a presença do assessor... e encontraram zero.

Por que isso importa?

O timing é tudo nessa história. Estamos falando do período eleitoral mais polarizado da história recente do Brasil, semanas após o segundo turno das eleições. Qualquer movimento de figuras-chave do governo Bolsonaro era visto com lupa.

E agora? Bem, a versão que ganhou as manchetes parece ter sido construída sobre areia movediça. A PF, que investigava supostas irregularidades, esbarrou num muro de evidências — ou melhor, na falta delas.

Não é todo dia que um órgão americano desses se pronuncia sobre casos específicos, ainda mais envolvendo figuras políticas brasileiras. A CBP foi categórica: não há registro, não há comprovação, não há nada que sustente a tal viagem.

E as consequências?

O estrago já está feito, claro. A suspeita correu solta por meses, alimentando teorias e especulações. Mas os documentos — esses sim, concretos — contam outra história.

Fica a lição: em tempos de notícias que se espalham mais rápido que vírus, às vezes a verdade demora um pouco mais para calçar os sapatos. E quando chega, chega com documentos oficiais na mão.

Resta saber como essa revelação vai impactar as outras investigações em curso. Uma coisa é certa: o quebra-cabeça político de 2022 acaba de perder uma peça que muitos juravam existir.