
Eis que o Congresso Nacional resolveu dar um chega pra lá no mundo corporativo — e o alvo dessa vez tem nome, sobrenome e time de coração. Leila Pereira, aquela que comanda o Palmeiras com mão de ferro, vai ter que arrumar tempo na agenda apertada para uma conversinha nada amistosa com os parlamentares.
A CPMI dos Atos Golpistas, aquela mesma que tá virando um furacão em Brasília, decidiu que quer ouvir a presidente alviverde sobre uns negócios que cheiram estranho. O relator, senador Eduardo Girão — sim, aquele do Ceará que não costuma falar pelos cotovelos — foi categórico: "Vamos convocar a senhora Leila Pereira". E não foi pedindo favor, não.
O que está em jogo?
O buraco é mais embaixo, como se diz por aí. A Crefisa, empresa da família Pereira, e a Havan — aquela das lojas gigantescas — firmaram contratos com o INSS que beirariam os impressionantes R$ 1,8 bilhão. Uma grana preta que, segundo as más línguas, teria sido usada para financiar manifestações golpistas. Sério mesmo?
O timing é no mínimo curioso: os repasses aconteceram entre 2022 e 2023, período mais do que turbulento na política brasileira. Coincidência? Os parlamentares da CPI duvidam — e muito.
O que Leira Pereira tem a ver com isso?
Bom, aí é que está o X da questão. Apesar de ser mais conhecida pelo comando palmeirense, ela é presidente do conselho da Crefisa. E empresa que financia protestos contra o governo, depois fecha contratos milionários com órgãos públicos... bem, isso soa estranho até para os mais desavisados.
O relator Girão não poupou palavras: "Há indícios robustos de que esses recursos foram direcionados para custear atos antidemocráticos". E quando um político fala em "indícios robustos", a coisa costuma ficar feia.
E o Palmeiras nessa história?
Ah, o futebol sempre aparece, não é mesmo? A Crefisa não é apenas uma empresa qualquer — é a patrocinadora máster do Verdão. Aquele nome estampado no uniforme que os jogadores vestem com orgulho agora está no meio de uma tempestade política.
Imagino a torcida dividida: de um lado, a paixão clubística; do outro, a indignação com possíveis maracutaias. Difícil saber o que pesa mais no coração do palmeirense.
Próximos capítulos
Agora é esperar a convocação oficial — que deve sair a qualquer momento — e marcar a data do depoimento. Será em breve, muito em breve. Enquanto isso, os advogados de Leila Pereira já devem estar de cabelo em pé, preparando a defesa.
Resta saber: ela vai comparecer calada, como manda o figurino? Ou vai solvar os cachorros e falar tudo o que pensa sobre a CPI? Aposto que os jornalistas já estão reservando lugar na frente do Congresso para não perder esse espetáculo.
Uma coisa é certa: o futebol brasileiro nunca esteve tão misturado com a política. E olha que já vimos cada coisa nesse país...