
O clima em Brasília está mais quente do que o habitual — e não é só por causa do tempo. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, acabou de jogar luz sobre um daqueles processos que normalmente acontecem nos bastidores, mas que são fundamentais para a governabilidade.
Em conversa com jornalistas neste início de semana, Gleisi confirmou o óbvio ululante: o governo já está de cabeça junto com o ministro da Secretaria-Geral, Davi Alcolumbre, e líderes do Centrão para costurar a substituição daqueles nomes que foram mostrados à porta nas últimas exonerações.
O jogo político em movimento
Não é segredo para ninguém que a máquina governamental precisa de combustível político para funcionar. E parte desse combustível — vamos falar a verdade — vem da distribuição de cargos. O que Gleisi deixou claro é que o governo não está agindo no improviso.
"Estamos em diálogo permanente", afirmou a petista, com aquela tranquilidade de quem já viu muitas crises políticas na vida. O processo está sendo conduzido com o ministro Davi Alcolumbre, figura-chave nessa articulação, e com os próprios líderes parlamentares do Centrão.
O interessante é que, apesar das demissões, o clima não é de confronto. Pelo contrário. A sensação que fica é a de que se trata mais de um realinhamento necessário do que uma ruptura.
Os detalhes que importam
Gleisi foi bastante específica sobre como as coisas estão funcionando:
- As conversas já começaram e estão em andamento
- Davi Alcolumbre é o ponto focal do governo nesse processo
- Os próprios líderes do Centrão estão participando ativamente
- A definição dos novos nomes será feita em conjunto
Parece óbvio, mas não é. Em tempos passados, esse tipo de negociação poderia ser feita de forma mais unilateral. Hoje, o governo demonstra que prefere o caminho do diálogo — talvez aprendendo com experiências anteriores.
O que isso significa na prática?
Bom, para quem acompanha política há algum tempo, fica claro que o governo está tentando equilibrar duas coisas aparentemente contraditórias: por um lado, precisa demonstrar capacidade de gestão e controle sobre sua própria equipe; por outro, não pode ignorar as realidades matemáticas do Congresso.
As demissões aconteceram. Agora, vem a fase da reconstrução — e é aí que mora o verdadeiro teste político.
O Centrão, como sempre, mostra que sua influência não é algo que se possa simplesmente ignorar. Mas o governo, por sua vez, demonstra que quer ter o controle final sobre quem ocupa quais posições.
É uma dança delicada, onde cada passo é calculado. E Gleisi, com sua experiência, parece estar conduzindo bem a coreografia — pelo menos por enquanto.
O que virá a seguir? Bom, isso só o tempo — e as próximas nomeações — poderão dizer.