A Estrategista Oculta: Quem é a mulher que abre as portas dos evangélicos para Janja e o Planalto
Estrategista: a ponte de Janja com evangélicos

Numa dessas reviravoltas que só a política brasileira sabe produzir, surge uma personagem quase anônima nos bastidores do poder. E o que ela está fazendo? Algo que muitos consideravam impossível: construindo pontes onde antes havia abismos.

Rosangela Santos – soa como um nome comum, mas carrega um currículo que explica muita coisa. Com passagem pelo PT e, pasmem, pela Universal, essa mulher se tornou a chave mestra para um dos movimentos mais estratégicos do governo Lula. Quem diria, não?

Das bases religiosas aos salões do planalto

O que torna essa aproximação tão especial? Bom, vamos com calma. Rosangela não é qualquer uma. Ela tem o que chamam de 'jogo de cintura' – aquela habilidade rara de navegar em águas turbulentas sem fazer muito barulho. Enquanto muitos batem de frente, ela vai construindo diálogos.

E olha que interessante: sua trajetória mistura justamente os mundos que pareciam destinados ao conflito permanente. Já trabalhou com o ex-ministro Luiz Marinho, conhece os meandros da máquina pública e, mais importante, entende a linguagem das igrejas. Não é todo dia que se vê alguém com esse perfil.

O encontro que mudou o jogo

Foi num evento sobre combate à fome que as coisas começaram a tomar forma. Janja, sempre atenta, percebeu que precisava de alguém que falasse a língua dos evangélicos. Rosangela surgiu como resposta – quase uma revelação.

Mas não pense que foi algo rápido. Essas aproximações levam tempo, requerem paciência. São conversas aqui, um almoço ali, sempre com discrição. O trabalho nos bastidores, sabe como é? O que importa são resultados, não holofotes.

E os resultados estão aparecendo. A primeira-dama já se reuniu com figuras importantes como o pastor Samuel Ferreira – presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Algo impensável há poucos meses.

Por que isso importa?

O governo percebeu, talvez tarde demais, que não dá para governar o Brasil ignorando 30% da população. Os evangélicos crescem, se organizam e, vamos combinar, têm influência real na sociedade. Fingir que não existem é um erro estratégico dos grandes.

Janja, com seu estilo mais conciliador, abraçou a missão. E encontrou em Rosangela a pessoa certa – alguém que conhece os códigos, os protocolos não escritos, aquelas sutilezas que fazem toda diferença.

Não se trata apenas de política pura e simples. Há uma dimensão humana nisso tudo. A primeira-dama demonstra genuíno interesse em entender esse universo – suas complexidades, suas contradições. E isso, convenhamos, conta pontos.

Os desafios pela frente

Claro, nem tudo são flores. Há resistências de ambos os lados. Alguns setores do governo ainda enxergam os evangélicos com desconfiança. Do outro lado, há líderes religiosos que veem o PT como inimigo histórico.

Mas é aí que entra o talento de Rosangela. Ela vai trabalhando essas resistências, mostrando que diálogo não significa abrir mão de convicções. É possível conversar, negociar, encontrar pontos em comum.

O que está em jogo vai além de conveniências políticas. Trata-se de reconstruir um tecido social que andou bastante desgastado nos últimos anos. E isso, meus amigos, é trabalho para quem tem paciência de jogo longo.

Enquanto isso, nos bastidores do Palácio do Planalto, uma mulher quase invisível aos holofotes vai costurando alianças, construindo pontes. Pode não aparecer nos jornais, mas sua influência está se tornando cada vez mais palpável.

Resta saber até onde essa estratégia vai levar. Uma coisa é certa: a política brasileira nunca mais será a mesma.