Enquanto o cenário político brasileiro se aquieta nas ruas, uma batalha silenciosa e estratégica acontece nas redes sociais. Uma análise recente revela que Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguiu construir uma presença digital mais robusta que a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em três plataformas específicas.
A surpresa do engajamento jovem
Dados coletados entre agosto de 2023 e janeiro de 2024 mostram um panorama intrigante da disputa digital. Enquanto Lula mantém sua força tradicional em plataformas como Twitter (agora X) e Facebook, Eduardo Bolsonaro encontrou seu nicho onde a audiência é mais jovem e engajada.
As três redes da vitória digital bolsonarista
O deputado federal supera o ex-presidente de forma consistente em três plataformas:
- Instagram: Eduardo possui 5,1 milhões de seguidores contra 4,8 milhões de Lula
- TikTok: A diferença é ainda maior - 2,3 milhões contra 1,3 milhão
- Kwai: Plataforma onde a vantagem é esmagadora - 2,6 milhões contra apenas 314 mil
Estratégia digital diferenciada
Especialistas em comunicação política apontam que o sucesso de Eduardo Bolsonaro nestas plataformas não é acidental. "Há uma clara estratégia de focar no público mais jovem e em redes onde o conteúdo visual e rápido domina", analisa um consultor de mídias sociais.
O conteúdo produzido pelo deputado nestas plataformas tende a ser mais informal, com linguagem próxima do cotidiano dos jovens e abordagem direta. Enquanto isso, Lula mantém um tom mais institucional, compatível com sua posição de presidente da República.
O impacto eleitoral
A pergunta que fica é: esse domínio digital se traduz em vantagem eleitoral? Analistas são cautelosos, mas reconhecem que o engajamento nas redes pode influenciar especialmente o eleitorado mais jovem, tradicionalmente mais difícil de mobilizar.
As redes sociais onde Eduardo lidera são justamente aquelas com maior penetração entre eleitores de 16 a 34 anos, faixa etária que representa cerca de 40% do eleitorado brasileiro.
O contraponto lulista
Apesar da vantagem de Eduardo nestas três plataformas, Lula mantém superioridade em outras frentes. No Twitter, o ex-presidente tem 8,2 milhões de seguidores contra 3,2 milhões do deputado. No Facebook, a diferença é ainda maior: 4,3 milhões contra 1,5 milhão.
"Cada político encontrou seu ecossistema digital ideal", comenta um analista político. "Lula domina as redes mais tradicionais, enquanto a nova geração bolsonarista conquistou espaço nas plataformas emergentes."
Esta divisão reflete também diferentes estratégias de comunicação e públicos-alvo, mostrando que a guerra digital brasileira está longe de ter um vencedor absoluto.