
O clima esquentou de vez no jogo político brasileiro. Ronaldo Caiado, aquele mesmo governador de Goiás que costuma falar na lata, não fez por menos desta vez. O estopim? As declarações do deputado federal Sabino, que parece querer dançar conforme a música — e olha que a orquestra tem muitos maestros.
"Não dá para ser soldado do Lula e do União ao mesmo tempo", disparou Caiado, com aquela franqueza que já virou sua marca registrada. A metáfora militar não foi por acaso — ela revela a percepção de que há uma guerra de lealdades em curso.
O X da Questão
O que realmente pegou mal foi a declaração de Sabino dizendo que o União Brasil "não é oposição, é situação". Parece coisa pequena? No xadrez político, essa foi praticamente uma declaração de guerra. Caiado, que sempre se orgulhou de manter uma relação pragmática com o Planalto, viu nisso uma quebra de confiança das grandes.
E não foi um rompimento qualquer. Foi daqueles que deixam marcas. O governador deixou claro que, a partir de agora, as portas do Palácio das Esmeraldas estão fechadas para o deputado. Nem reunião, nem conversa, nem bom dia. Corte total.
As Consequências Práticas
O que significa isso na prática? Bem, para Sabino, a vida ficou consideravelmente mais complicada. Sem o apoio do principal líder político de seu estado, sua capacidade de articular emendas e projetos para Goiás fica seriamente comprometida. É como tentar apagar incêndio com gasolina.
Por outro lado, Caiado manda um recado claro para toda sua bancada: ou se alinham com a estratégia estadual, ou enfrentam as consequências. É linha dura, sem meias palavras.
O Jogo Duplo que Não Colou
O que mais irritou o governador — e isso dá para perceber entre as linhas — foi a tentativa de Sabino de ficar com um pé em cada canoa. Na política, como na vida, algumas coisas simplesmente não funcionam assim. Ou você está de um lado, ou está do outro. Essa história de "meio-termo" geralmente termina mal para todos os envolvidos.
E olha que a situação é particularmente delicada porque o União Brasil, vamos combinar, nunca foi exatamente um modelo de coesão partidária. Cada um puxa para um lado, e isso em algum momento tinha que dar problema.
O Futuro da Relação
Agora, a pergunta que fica é: tem volta? Na política, como se sabe, nunca se pode dizer nunca. Mas a declaração de Caiado foi tão contundente, tão direta, que qualquer reconciliação no curto prazo parece praticamente inviável. Seria preciso muito mais que um simples "me desculpe".
Enquanto isso, a base governista em Goiás precisa se reorganizar. E Sabino? Bem, terá que repensar sua estratégia — se é que ainda tem alguma.
Uma coisa é certa: no tabuleiro político goiano, as peças acabaram de ser rearranjadas de forma bastante dramática. E o jogo, como diriam os mais experientes, está longe de terminar.