China propõe regras para limitar impacto emocional de bots de IA
China quer limitar influência emocional de bots de IA

A China está avançando com uma proposta de regulamentação inédita para bots de conversação e ferramentas de Inteligência Artificial. O objetivo central é limitar a capacidade dessa tecnologia de influenciar as emoções dos seres humanos que interagem com ela. A medida, ainda em elaboração, representa um dos primeiros esforços globais para estabelecer um controle sobre o impacto psicológico e social da IA generativa.

O que propõe a nova regulamentação?

De acordo com informações da CNBC, a Administração do Ciberespaço da China é a responsável por elaborar a proposta. O texto, que ainda está sendo trabalhado, contém pontos bastante específicos. Um dos mais destacados é a exigência de que menores de idade precisem de autorização dos responsáveis para poder interagir com chatbots de IA.

Além disso, a proposta pretende impedir que essas ferramentas gerem certos tipos de conteúdo considerado sensível ou perigoso. A lista de restrições inclui:

  • Conteúdo violento ou obsceno.
  • Material relacionado a jogos de azar.
  • Conversas que abordem temas como suicídio.
  • Qualquer outro tópico que possa prejudicar a saúde mental dos usuários.

Alcance e impacto da medida

Se aprovada, a regulamentação terá um alcance amplo. Ela se aplicará a todas as ferramentas de IA e bots de conversação que simulem uma personalidade humana e interajam com os usuários de forma emocional, seja por texto, imagem, áudio ou vídeo, disponíveis no território chinês.

Especialistas já veem a proposta como um marco. Ela é considerada um dos primeiros mecanismos concretos no mundo criados especificamente para controlar o impacto das interações emocionais entre humanos e máquinas inteligentes. A iniciativa reflete uma preocupação crescente com os efeitos psicológicos e sociais da tecnologia.

Contexto: A visão de um pioneiro da IA

A notícia sobre a regulamentação chinesa surge em um momento de intenso debate sobre o futuro do trabalho e da sociedade influenciado pela IA. Nesse contexto, o cientista da computação Geoffrey Hinton, frequentemente chamado de "Padrinho da IA", fez uma previsão impactante. Ele acredita que 2026 será marcado por mais demissões em novas áreas, à medida que a Inteligência Artificial continuar seu desenvolvimento.

Hinton alerta que o avanço da tecnologia colocará mais empregos em risco, ampliando o leque de profissões afetadas pela automação. Essa perspectiva reforça a urgência de discussões, como a iniciada pela China, que vão além dos aspectos técnicos e econômicos, abordando também os efeitos humanos e sociais da IA.

A proposta chinesa, portanto, não é um fato isolado. Ela se insere em um cenário global de busca por equilíbrio entre inovação, segurança e bem-estar, com a data de 29 de dezembro de 2025 marcando mais um capítulo nessa história em evolução.