
Parece que todo mundo já deu como certa a morte da Intel, não é mesmo? Especialmente quando o assunto é essa febre da inteligência artificial que tomou conta do mundo. Mas calma lá. A verdade — e isso pode chocar alguns — é bem diferente do que o senso comum prega.
Enquanto Nvidia e AMD roubam os holofotes, a veterana dos processadores segue nos bastidores, trabalhando num daqueles planos de longo prazo que só quem tem décadas de estrada consegue executar.
O timing que escorregou, mas não definiu o jogo
Vamos ser sinceros: a Intel realmente perdeu o bonde da IA no começo. Fato. Mas daí a considerar a empresa irrelevante? Isso é um exagero brutal. É como achar que um jogador de futebol acabou porque perdeu um pênalti — o jogo tem noventa minutos, gente.
Pat Gelsinger, o CEO que assumiu o comando em 2021, não está nada conformado com esse suposto obituário prematuro. O plano dele é ambicioso, direto e, vamos combinar, bastante ousado: transformar a Intel na segunda maior fundição de chips do planeta até 2030.
Os trunfos que ninguém está vendo
Enquanto o mercado fica hypado com a Nvidia, a Intel vai construindo seu arsenal silenciosamente:
- Gaudi 3 — o processador específico para IA que promete dar trabalho aos concorrentes diretos
- Investimentos pesadíssimos em novas fábricas nos EUA e Europa
- Parcerias estratégicas com grandes nomes como ARM
- Diversificação que vai desde data centers até edge computing
Não é pouca coisa. E o mais importante: é dinheiro na mesa, não apenas promessas.
O mercado não é só Nvidia — e isso é crucial
Aqui vai um pensamento que pouca gente faz: será mesmo saudável depender tanto de uma única empresa para alimentar toda a revolução da IA? Do ponto de vista estratégico — e geopolítico — ter alternativas robustas é essencial.
A Intel entra nesse jogo não como coadjuvante, mas como uma força de equilíbrio. E convenhamos: depois de dominar o mercado de PCs por tantos anos, eles entendem uma coisa ou duas sobre resiliência.
Aliás, quem lembra dos anos 90, quando a Intel basicamente definiu o que seria computação pessoal? Pois é. Empresas com esse histórico não desaparecem numa sexta-feira à tarde.
O que os especialistas realmente pensam
Conversando com analistas do setor — os de verdade, não os youtubers apressados — fica claro que a visão sobre a Intel é muito mais matizada do que os manchetes sugerem. Eles reconhecem os tropeços, sim, mas também enxergam o potencial de transformação que está em andamento.
"A Intel tem recursos, tem know-how e, principalmente, tem necessidade de sobreviver", me disse um desses especialistas, que preferiu não se identificar. "Quando você junta esses três elementos, é melhor não subestimar."
E faz sentido, não faz? A história da tecnologia está cheia de exemplos de empresas que renasceram quando todos já as consideravam acabadas.
O futuro — porque ele é mais imprevisível do que imaginamos
Se tem uma coisa que aprendemos acompanhando tecnologia é que as reviravoltas são a única constante. Quem diria, alguns anos atrás, que a IA explodiria dessa forma? Ou que a Nvidia se tornaria essa potência?
A Intel, com seus mais de 50 anos de história, já sobreviveu a várias dessas revoluções. E enquanto muitos focam apenas no que ela perdeu, poucos estão prestando atenção no que ela está construindo nos laboratórios e fábricas.
O jogo da IA está longe de terminar. Na verdade, mal começou. E apostar contra uma empresa com o capital, a expertise e a determinação da Intel? Bem, isso me parece um risco maior do que apostar a favor.
No final das contas, a tecnologia tem dessas — as surpresas são inevitáveis. E a Intel, ao que tudo indica, ainda tem algumas cartas na manga.