
Imagine um mundo onde a tecnologia não é mais um bicho de sete cabeças para quem tem mais de 60 anos. Em São Paulo, isso já é realidade graças à Sara, uma assistente digital que está fazendo a diferença na vida de muitos idosos.
Não é magia — embora pareça —, mas sim inovação pura. Sara foi desenvolvida para descomplicar o uso de smartphones, aplicativos bancários e redes sociais, tudo com uma abordagem que até meu avô entenderia (e ele mal sabe ligar a TV!).
Como funciona essa maravilha tecnológica?
A Sara não é só mais um app qualquer. Ela:
- Fala com voz calma e pausada — sem aquela pressa de atendente de telemarketing
- Explica passo a passo, como se estivesse ensinando uma receita de bolo
- Repete quantas vezes for necessário, sem perder a paciência (coisa que nem minha mãe consegue)
"É como ter uma netinha paciente 24 horas por dia", brinca Dona Marta, 72 anos, que já aprendeu a fazer videochamadas com os netos em outro estado.
Por que São Paulo precisava disso?
A capital paulista tem mais de 1,3 milhão de idosos — muitos deles completamente perdidos nesse mundo digital que avança a passos largos. Bancos, serviços públicos, até mesmo a feira do bairro migrou para o online. E aí?
Foi pensando nesse abismo tecnológico que um grupo de desenvolvedores resolveu criar algo diferente. Não adianta só jogar um tutorial no YouTube e torcer para colar. Idosos aprendem diferente, precisam de outro ritmo.
E olha que curioso: a Sara já ajudou mais de 5 mil idosos só nos primeiros três meses. Alguns até criaram grupo no WhatsApp para trocar dicas — coisa que jamais imaginariam fazer antes.
O segredo está nos detalhes
Quem pensa que é só uma voz gravada está redondamente enganado. A robô:
- Adapta o vocabulário ao perfil do usuário
- Detecta quando a pessoa está confusa (mesmo que ela não diga)
- Aprende com cada interação — quanto mais usa, mais personalizado fica
"A primeira vez que ouvi falar, achei que era coisa de ficção científica", admite Seu João, 68 anos, que agora até paga contas pelo celular. "Mas quando vi que dava pra aumentar a letra e repetir quantas vezes eu quisesse, percebi que era pra valer."
E tem mais: a prefeitura já estuda parcerias para expandir o projeto. Quem sabe não chega a outras cidades em breve? Enquanto isso, os vovôs e vovós paulistanos estão dando um show de adaptação — provando que idade é só número quando a tecnologia fala a língua do usuário.