Música e Cosmos: O Segredo do Brasileiro que Conquistou Ouro na Olimpíada Internacional de Astrofísica
Música foi aliada de brasileiro medalhista em olimpíada de astrofísica

Quem diria que acordes e melodias poderiam abrir portas para entender o universo? Pois é exatamente essa a combinação improvável — e genial — que levou João Victor Arruda, um jovem de 19 anos de Valinhos, no interior paulista, ao lugar mais alto do pódio na Olimpíada Internacional de Astrofísica.

Sim, você leu certo. Enquanto mergulhava em cálculos de mecânica celeste e estudava a formação de nebulosas, João não abria mão de suas playlists e da prática musical. A música, pra ele, não era distração. Era estratégia.

Uma mente entre estrelas e notas

— Sem a música, duvido que eu teria focado tanto — confessa o jovem, com um sorriso tranquilo. — Nos momentos de maior tensão, era o violão que me acalmava. Ajudava a organizar as ideias. Parece que ativava outra parte do cérebro.

E os resultados falam por si. Não foi apenas um ouro. Foi a melhor pontuação entre todos os competidores — um feito e tanto considerando que a competição reuniu mentes brilhantes de mais de 50 países.

Do interior de SP para o mundo

João Victor é daquelas pessoas que parecem ter nascido sob um céu estrelado — literal e figurativamente. Criado em Valinhos, sempre teve curiosidade por fenômenos naturais. Mas foi no Ensino Médio, incentivado por professores, que mergulhou de cabeça no universo das olimpíadas científicas.

— A gente treina muito, é verdade. São horas de estudo, noites em claro… mas tem que ter paixão. Senão, não funciona — reflete.

O som do sucesso

E é aí que entra a música. Enquanto estudava exoplanetas e espectroscopia, João também compunha. Diz que a estrutura lógica da música, com seus ritmos e padrões, acaba dialogando com a física e a matemática.

— As duas linguagens se complementam. Uma é arte, a outra é ciência, mas ambas exigem criatividade e disciplina.

E os planos não param por aí. Agora, com a medalha no peito e o reconhecimento internacional, João quer mais: pretende montar uma banda com amigos. Porque, pra ele, vida não é só sobre fórmulas e equações — é sobre harmonia, no sentido mais amplo da palavra.

O futuro: ciência e chords

Próximos passos? Ele já está de olho na graduação em Física ou Astronomia — de preferência fora do país —, mas garante que a música vai seguir junto. Quem sabe não surge um astrofísico-rockstar por aí?

— Penso em montar uma banda, sim. Algo descontraído, que una meus dois amores. Porque no fim das contas, tanto o universo quanto uma boa música são feitos de vibrações. Só que em escalas diferentes — brinca.

Uma lição que fica: talento muitas vezes vem de onde menos se espera. E, no caso de João, veio acompanhado de um bom riff de guitarra.