
Parece que o cenário motociclístico brasileiro está prestes a ganhar um sopro de sofisticação italiana. E não é qualquer uma — estamos falando da centenária Moto Guzzi, que resolveu fincar suas bandeiras por aqui. A notícia chegou como um daqueles ventos frescos que prometem abalar as estruturas.
Quem diria, não é mesmo? Enquanto muitos reclamam da economia, os italianos veem oportunidade. A marca, que completa incríveis 103 anos — imagine só — está sendo trazida pela importadora DSR Motors. Eles não estão brincando em serviço: já têm três concessionárias prontas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Herança sobre duas rodas
O que a Moto Guzzi traz na bagagem? Uma história que poucas podem contar. Fundada em 1921 na pitoresca comuna de Mandello del Lario, essa fabricante construiu sua reputação com engenharia peculiar e designs que beiram a arte. Seus motores em V de 90 graus são praticamente uma assinatura, algo que os puristas adoram.
E não pense que eles chegam com meias medidas. A linha inicial inclui modelos como a V7 Stone, a V85 TT e a esportiva V100 Mandello. Esta última, aliás, é uma verdadeira obra-prima tecnológica — híbrida, imagine só! Parece que os italianos resolveram mostrar que tradição e inovação podem, sim, andar de mãos dadas.
Um mercado em transformação
O timing é curioso, pra não dizer ousado. Enquanto o mercado de motos premium no Brasil representa apenas 2% do total — algo em torno de 10 mil unidades por ano — a Moto Guzzi acredita que há espaço para crescimento. Eles não estão sozinhos nessa dança, claro. A concorrência inclui nomes pesados como BMW, Ducati e Triumph.
Mas os italianos parecem confiantes. Muito confiantes, diga-se de passagem. A meta é alcançar 10% desse nicho em três anos. Parece ambicioso? Talvez. Mas quando se tem mais de um século de estrada, aprende-se a ler o asfalto.
O que me faz pensar: será que o brasileiro está mesmo pronto para abraçar uma marca com tanta personalidade? As motos italianas sempre tiveram esse quê de temperamento forte, quase como um vinho tinto encorpado — nem todos apreciam de primeira.
Preços que fazem suspirar
Agora vamos ao que interessa: quanto custa esse pedaço da Itália sobre duas rodas? Os valores partem de R$ 64.900 e podem chegar a R$ 119.900. É, não é para qualquer um. Mas convenhamos — estamos falando de peças com DNA praticamente museológico.
E tem mais: a importadora promete um serviço pós-venda à altura. Peças de reposição? Estoque local. Mão de obra especializada? Treinada diretamente pela fábrica. Parece que aprenderam com os erros alheios — lembra quando outras marcas chegaram prometendo mundos e fundos e depois deixaram os clientes na mão?
Para além das motos
O que mais me chamou atenção foi a estratégia completa. Não se trata apenas de vender motos, mas de construir uma comunidade. A marca planeja eventos regulares, encontros de proprietários e experiências personalizadas. Quase como um clube exclusivo para quem aprecia a arte motociclística em sua forma mais pura.
E sabe o que é mais interessante? A Moto Guzzi mantém sua fábrica original no mesmo local desde 1921. Quantas empresas podem dizer isso? É como ter uma árvore genealógica que nunca precisou de transplante.
Enfim, resta saber se os brasileiros vão abraçar essa nova opção com o entusiasmo que os italianos esperam. Uma coisa é certa: o mercado nunca mais será o mesmo. E isso, meu caro, é sempre bom para nós, consumidores.
Quem se habilita a dar a primeira volta numa dessas belezas italianas?