A Unimed do Brasil, responsável pela gestão do sistema nacional de cooperativas médicas, anunciou que assumirá os beneficiários da Unimed Ferj a partir do mês de dezembro de 2025. A decisão foi tomada após reunião com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e representa uma medida emergencial para conter uma crise que ameaça o atendimento médico no Rio de Janeiro.
Situação crítica da Unimed Ferj
A situação financeira da Unimed Ferj atingiu um nível alarmante. Os débitos com hospitais e prestadores de serviços ultrapassam a marca de 2 bilhões de reais, criando um cenário de colapso iminente na operação da cooperativa. A gravidade do problema já se reflete no atendimento aos usuários, com registros documentados de falta de serviços médicos para os beneficiários.
O acordo que definiu a transferência dos beneficiários para a Unimed do Brasil contou com a participação de múltiplas instituições. Estiveram presentes na negociação representantes das próprias cooperativas, além de membros do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), garantindo a legalidade e transparência do processo.
Operação de resgate coordenada
A intervenção da Unimed do Brasil representa uma operação de resgate sem precedentes no sistema de saúde suplementar brasileiro. A medida visa assegurar a continuidade do atendimento médico para milhares de pessoas que dependem dos serviços da Unimed Ferj no estado do Rio de Janeiro.
Segundo informações divulgadas pela ANS, a transição dos beneficiários está programada para ocorrer de forma organizada, minimizando possíveis impactos nos atendimentos. A agência reguladora acompanhará de perto todo o processo para garantir que os direitos dos consumidores sejam preservados.
Impacto no mercado de saúde suplementar
Esta não é a primeira vez que o sistema Unimed enfrenta crises em suas operações regionais, mas a dimensão do problema na Unimed Ferj chama atenção pelo volume astronômico de dívidas acumuladas. Os 2 bilhões de reais em débitos representam um dos maiores rombos financeiros já registrados no setor de saúde suplementar no Brasil.
Especialistas apontam que o caso da Unimed Ferj serve como alerta para a necessidade de maior fiscalização e controle sobre as operadoras de planos de saúde, especialmente em um momento de pressão crescente sobre o sistema de saúde como um todo.
A expectativa é que a Unimed do Brasil consiga estabilizar a situação e garantir a continuidade dos serviços a partir de dezembro, evitando que os beneficiários sejam prejudicados pelo colapso financeiro da operadora carioca.