Crise nos equipamentos médicos do maior hospital público potiguar
O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, principal unidade de saúde pública do Rio Grande do Norte, enfrenta mais uma crise em seu serviço de tomografia. Pela terceira vez em menos de dois meses, os equipamentos ficaram inoperantes, comprometendo o atendimento à população.
Problemas simultâneos nos dois tomógrafos
De acordo com informações da Secretaria de Estado de Saúde Pública do RN (Sesap-RN), divulgadas na última segunda-feira (10), a situação atual envolve dois problemas distintos: um dos tomógrafos quebrou, enquanto o outro está localizado em uma sala que passa por reformas, tornando o espaço inutilizável.
Esta não é a primeira vez que a unidade enfrenta essa situação crítica. Em setembro e outubro deste ano, os dois equipamentos já haviam ficado simultaneamente fora de operação, demonstrando a recorrência do problema.
Pacientes transferidos e sobrecarga no sistema
Com a indisponibilidade dos tomógrafos, os pacientes do Walfredo Gurgel precisam ser deslocados para outras unidades de saúde. Os casos de urgência e emergência estão sendo encaminhados para o Hospital Deoclécio Marques, localizado em Parnamirim, na região metropolitana de Natal.
O aumento repentino na demanda fez com que o hospital de Parnamirim registrasse filas nos corredores para realização do exame nos últimos dias. Já os pacientes eletivos, aqueles com procedimentos agendados sem caráter de urgência, estão sendo direcionados para hospitais da Polícia Militar, Giselda Trigueiro, Onofre Lopes e uma unidade privada conveniada ao SUS.
Problemas se estendem às ambulâncias
A crise não para nos equipamentos de imagem. Profissionais de saúde relataram problemas graves com as ambulâncias utilizadas para transportar pacientes entre as unidades. Duas ambulâncias estão fixadas no hospital devido ao aumento no fluxo de transferências, mas uma delas estaria em condições inadequadas de uso.
"Horrível. Tem que de imediato tirar essa ambulância daqui. Pelos pacientes. Ela não tem condição de trabalho, tem que já ser trocada", desabafou a técnica de enfermagem Ana Maria. O motorista João Paulo complementou: "Uma ambulância que tem quase 200 mil km rodados, várias luzes no painel, de manutenção, airbag, fora ar-condicionado inoperante. É uma ambulância já de muito uso".
Soluções em andamento
A Sesap informou que aguarda um posicionamento da empresa responsável pela manutenção do tomógrafo para realizar o conserto. Sobre a sala em reforma, a secretaria não forneceu um prazo para a finalização das obras.
Existe uma programação para a compra de um novo equipamento, conforme explicou em outubro o diretor da unidade, Geraldo Neto. No entanto, ele destacou que há um empecilho orçamentário, já que o hospital aguarda o direcionamento de uma verba de aproximadamente R$ 2,5 milhões para a aquisição.
Até a última atualização da reportagem, a Sesap não havia se manifestado sobre a situação precária da ambulância relatada pelos funcionários.