
O Brasil registrou uma importante mudança no cenário da sífilis congênita em 2024. Pela primeira vez em três anos, os casos da doença transmitida de mãe para filho durante a gestação apresentaram queda, interrompendo uma sequência de aumentos consecutivos que preocupava especialistas.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, houve uma redução de 4,6% nos registros de sífilis congênita entre 2023 e 2024. A notícia positiva, no entanto, é acompanhada por um alerta: a infecção por sífilis entre adultos com mais de 40 anos continua em ascensão, indicando que a doença permanece em circulação ativa na população.
Queda Histórica Após Três Anos de Preocupação
Os números oficiais mostram que, após três anos seguidos de crescimento, a sífilis congênita finalmente recuou. A queda de 4,6% representa um avanço significativo nas políticas de prevenção e acompanhamento pré-natal, mas especialistas alertam que os números ainda estão muito acima do considerado ideal pela Organização Mundial da Saúde.
Entre 2020 e 2023, o país havia registrado um aumento expressivo de 27% nos casos da doença, tornando a reversão deste cenário uma prioridade para as autoridades de saúde.
Adultos Acima de 40 Anos: Nova Frente de Preocupação
Enquanto a sífilis congênita mostra sinais de controle, a infecção entre a população adulta com mais de 40 anos preocupa as autoridades sanitárias. Os dados revelam que este grupo etário apresentou o maior crescimento proporcional de casos, indicando a necessidade de campanhas específicas voltadas para esta faixa da população.
Os especialistas apontam que fatores como a diminuição do uso de preservativos em relacionamentos estáveis e a falsa percepção de menor risco nesta faixa etária podem estar contribuindo para o aumento dos casos.
Desafios e Estratégias no Combate à Sífilis
O Ministério da Saúde destaca que a queda nos casos de sífilis congênita está diretamente relacionada ao fortalecimento das ações de pré-natal e à ampliação do acesso ao diagnóstico precoce. No entanto, reconhece que ainda há desafios significativos a serem superados.
- Ampliação do diagnóstico precoce em todas as faixas etárias
- Fortalecimento das campanhas de prevenção para adultos
- Melhoria na qualidade do pré-natal em todo o território nacional
- Combate ao preconceito e estigma associados às DSTs
As autoridades de saúde reforçam a importância do uso de preservativos em todas as relações sexuais, independentemente da idade ou tipo de relacionamento, como medida fundamental para conter a propagação da sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis.