Brasil registra 37 casos de sarampo em 2025, mas mantém status de país livre da doença
O Ministério da Saúde confirmou que o Brasil registrou 37 casos de sarampo neste ano de 2025. Três novas infecções foram identificadas na cidade de Primavera do Leste, em Mato Grosso, elevando o total nacional. Apesar do aumento, o país mantém o certificado de nação livre do sarampo, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Distribuição dos casos e origem das infecções
Os casos confirmados estão distribuídos em sete unidades federativas: um no Distrito Federal, dois no Rio de Janeiro, um em São Paulo, um no Rio Grande do Sul, 25 no Tocantins, um no Maranhão e seis em Mato Grosso. Os dois maiores focos da doença ocorreram em Campos Lindos (TO) e Primavera do Leste (MT).
As investigações epidemiológicas revelaram que os surtos começaram com a entrada de pessoas infectadas durante viagens à Bolívia, país que enfrenta surtos da doença. Isso caracteriza os casos como de origem importada, não havendo circulação endêmica do vírus no território brasileiro.
Ações de controle e prevenção
O Ministério da Saúde, em conjunto com secretarias estaduais e municipais, implementou medidas rigorosas para conter a disseminação da doença. Entre as ações estão o monitoramento dos doentes e seus contatos e o bloqueio vacinal nas áreas afetadas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que a vacinação é a forma mais eficaz de prevenção. "No Brasil, acreditamos na ciência e, por isso, a vacina está disponível gratuitamente para toda a população de 12 meses a 59 anos. Estamos empenhados em evitar a reintrodução do vírus no país", declarou.
Situação da vacinação no Brasil
Os dados de cobertura vacinal mostram que em 2024, o Brasil alcançou 95% de cobertura na primeira dose, mas apenas 80,43% do público-alvo recebeu a segunda dose. Este ano, a cobertura na população infantil está em 91,51% para a primeira dose e 75,53% para a segunda.
A vacina contra o sarampo integra o calendário básico de vacinação infantil no Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses com a tríplice viral, que protege também contra caxumba e rubéola. A segunda dose é administrada aos 15 meses com a tetraviral, que inclui proteção contra varicela (catapora).
Contexto continental e medidas de fronteira
Em reunião recente com a Opas, o Brasil apresentou a situação epidemiológica e as ações para manter o certificado de eliminação da doença. Na segunda-feira (10), a Opas retirou o certificado de eliminação do sarampo das Américas após identificar circulação endêmica do vírus por mais de 12 meses no Canadá.
Até 7 de novembro, as Américas registraram 12.596 casos confirmados de sarampo em dez países, número 30 vezes maior que o registrado em 2024. Cerca de 95% dos casos concentram-se no Canadá, México e Estados Unidos.
O Brasil intensificou a vacinação nas regiões de fronteira, especialmente com a Bolívia. Entre julho e outubro, foram aplicadas quase 126 mil doses da vacina nos estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Mato Grosso. Além disso, 640 mil doses foram doadas à Bolívia.
O Pará, que recebe grande fluxo de pessoas devido à COP 30, também teve ações de vacinação intensificadas, com aproximadamente 351 mil doses aplicadas desde o início do ano.
