Imagine você precisando desesperadamente de uma ambulância, com alguém passando mal na sua frente, e a linha estar ocupada. Agora multiplique essa situação por mais de quatro mil vezes. É exatamente isso que aconteceu em Sergipe nos primeiros seis meses deste ano.
O SAMU local, aquele serviço que deveria ser sagrado para quem está em apuros, virou alvo de brincadeiras de mau gosto. Mais de quatro mil! Não são números, são vidas que poderiam estar em risco enquanto alguém decidia gastar o tempo dos socorristas com bobagens.
Os números que assustam
Entre janeiro e junho de 2025, os profissionais que trabalham no 192 receberam nada menos que 4.063 ligações que eram pura enrolação. Parece brincadeira, mas não é. Cada uma dessas chamadas tirou a oportunidade de alguém que realmente precisava de ajuda.
E olha que o problema não é novo - longe disso. A gente já vem acompanhando essa encheção de saco há anos, mas parece que a situação só piora. Os operadores, coitados, têm que desenvolver um sexto sentido para separar o joio do trigo enquanto as sirenes mentais não param de tocar.
O custo humano dos trotes
Quando você faz uma ligação falsa para o SAMU, não está só "zoando". Está:
- Impedindo que uma equipe vá até alguém infartando
- Deixando um acidentado esperando na estrada
- Fazendo uma família desesperada ouvir sinal ocupado
- Desgastando profissionais que já trabalham no limite
É de cair o queixo pensar que tem gente que acha graça nisso. Os socorristas contam histórias que dariam um livro - desde pessoas fingindo estar morrendo até crianças brincando com o telefone. Tudo muito engraçadinho, até o dia em que é você quem precisa de socorro de verdade.
E aí, o que fazer?
Bom, a conscientização é o caminho, claro. Mas às vezes me pergunto se não seria hora de medidas mais duras. Afinal, estamos falando de vidas, não de uma pizzaria que errou seu pedido.
Enquanto isso, os heróis do SAMU seguram a bronca. Eles merecem nosso respeito - e, principalmente, que a gente use o 192 apenas quando realmente precisar. Porque um dia pode ser você do outro lado da linha, torcendo para que atendam rápido.
Pense nisso antes de fazer uma gracinha. Alguém lá fora pode estar precisando daquela ambulância muito mais do que você precisa de uma risadinha.
