
Não é brincadeira não. Na manhã desta quinta (18), o centro de Belo Horizonte virou palco de um protesto que deixou claro: os servidores da saúde tão com os nervos à flor da pele. E não é pra menos — rola um boato pesado de que alguns hospitais públicos podem fechar as portas, e a galera que trabalha nesses lugares não tá nem um pouco disposta a cruzar os braços.
Centenas de profissionais — enfermeiros, técnicos, médicos e até pessoal da limpeza — se reuniram em frente à prefeitura com cartazes, apitos e megafones. "Sem hospital, sem cidade", gritava uma mulher com uniforme azul já desbotado de tanto lavar. Do lado dela, um senhor de cabelos grisalhos segurava uma placa escrita à mão: "Fechar hospital é matar gente pobre".
O que tá pegando?
O clima tá tenso desde que vazou um documento interno sugerindo "reestruturação da rede" — eufemismo bonito pra dizer que talvez fechem alguns prédios. Oficialmente, a prefeitura diz que é só um estudo, mas quem tá na linha de frente conhece o jogo:
- 3 hospitais na mira, incluindo um que atende majoritariamente idosos
- Risco de demissões em massa segundo o sindicato
- Pacientes teriam que se deslocar até 25km para atendimento
"Já trabalhei em três greves, mas essa aqui tá diferente", me contou uma enfermeira que preferiu não se identificar. "Dessa vez tão mexendo com o pão nosso de cada dia — e com a vida de quem depende do SUS."
Os números que ninguém quer ver
Segundo cálculos dos manifestantes (que passaram a tarde fazendo conta no celular e gritando os resultados):
- Cada hospital ameaçado atende em média 15 mil pessoas por mês
- O mais antigo deles existe desde 1967 — tem mais história que muito prédio da prefeitura
- Só no último ano, fizeram 8 mil partos entre as três unidades
Enquanto isso, dentro da prefeitura, o secretário de Saúde recebeu uma comissão de manifestantes por 20 minutos. Saiu dizendo que "todas as opções estão sendo avaliadas", o que pra quem tá do lado de fora soou como "tamo vendo se a gente fecha ou não".
O negócio tá feio, e o pior? Ninguém sabe direito como vai terminar. Amanhã tem nova assembleia — e pelo jeito, a pressão só vai aumentar.