
Nos últimos anos, o debate sobre a adição de flúor na água potável tem se intensificado no Brasil, mesmo com evidências científicas que comprovam sua eficácia na redução de cáries. A prática, adotada há décadas como medida de saúde pública, enfrenta resistência crescente de grupos que questionam seus efeitos colaterais e a falta de consentimento individual.
Os benefícios comprovados
Estudos mostram que a fluoretação da água reduz em até 40% a incidência de cáries, especialmente em crianças e populações carentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática como uma das intervenções mais custo-efetivas em saúde pública.
Os argumentos da oposição
Os críticos alegam que:
- O flúor pode causar fluorose dental (manchas nos dentes) em excesso
- Há possíveis efeitos neurológicos em desenvolvimento infantil
- A medida remove a liberdade de escolha individual
- Alternativas como cremes dentais fluorados seriam suficientes
O dilema da saúde pública
Especialistas defendem que a fluoretação é crucial para alcançar toda a população, incluindo quem não tem acesso regular a cuidados odontológicos. "É uma questão de equidade", afirma a dentista Mariana Silva, pesquisadora da USP.
Enquanto isso, alguns municípios brasileiros começam a rever suas políticas, alimentando um debate que mistura ciência, direitos individuais e saúde coletiva.