 
A possibilidade de encontrar remédios nas gôndolas dos supermercados está gerando um intenso debate no Brasil. Enquanto alguns defendem que esta medida representa um avanço histórico no acesso da população aos medicamentos, outros alertam para os riscos que essa facilidade pode trazer à saúde pública.
O que está em jogo nesta mudança?
O Projeto de Lei 4629/2023, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, pretende autorizar a comercialização de medicamentos isentos de prescrição em estabelecimentos como supermercados, padarias e postos de combustível. A proposta divide opiniões entre especialistas, consumidores e entidades do setor farmacêutico.
Argumentos a favor: Acesso democratizado
Os defensores da medida destacam que muitos brasileiros enfrentam dificuldades para adquirir medicamentos básicos, especialmente em regiões periféricas e cidades do interior. A venda em supermercados poderia:
- Reduzir deslocamentos para populações de baixa renda
- Ampliar o horário de acesso a medicamentos
- Democratizar o consumo de produtos de saúde
- Oferecer preços mais competitivos
Riscos apontados pelos especialistas
Por outro lado, profissionais de saúde e entidades reguladoras expressam sérias preocupações:
- Aumento da automedicação: A facilidade de acesso pode incentivar o consumo indiscriminado
- Falta de orientação farmacêutica: Sem profissionais qualificados, o risco de uso incorreto cresce significativamente
- Questões de armazenamento: Medicamentos exigem condições específicas de temperatura e umidade
- Risco de intoxicações: Especialmente entre crianças e idosos
O equilíbrio necessário
Enquanto o debate avança no Congresso, especialistas sugerem que qualquer flexibilização deve vir acompanhada de medidas educativas robustas e campanhas de conscientização sobre os perigos da automedicação.
O desafio está em encontrar o ponto ideal entre facilitar o acesso e manter os necessários controles de segurança. O que parece claro é que a discussão sobre como os brasileiros acessam seus medicamentos está longe de chegar ao fim.
 
 
 
 
