Hospital Risoleta Neves em BH só atende casos graves devido à superlotação — entenda o caos
Hospital em BH só atende casos graves devido à superlotação

A situação no Hospital Risoleta Neves, em Belo Horizonte, tá feia — e olha que eu não tô exagerando. Quem passa por lá hoje só consegue atendimento se estiver literalmente entre a vida e a morte. O resto? Bem, pode esquecer a fila de espera.

Não é brincadeira: a unidade, que já vivia no limite antes da pandemia, agora parece um "balde transbordando de gente", como me disse um enfermeiro que prefere não se identificar. Os corredores? Lotados. As macas? Todas ocupadas. Até o chão vira cama em dias assim.

O que diabos está acontecendo?

Segundo a direção do hospital, desde segunda-feira (14/07) só entram casos classificados como vermelhos (aqueles que não podem esperar nem 5 minutos). Os amarelos e verdes — sim, existe essa triagem colorida — estão sendo mandados pra outras unidades.

  • Fila de espera chega a 12 horas para casos não urgentes
  • Leitos de UTI operando com 200% da capacidade
  • Pacientes relatam esperar até 3 dias por uma vaga

E não adianta xingar no Twitter — a crise é estrutural. "A gente virou um hospital-refém da falta de investimento", solta um médico que trabalha lá há 15 anos, enquanto ajusta o esfigmomanômetro com um elástico (sim, até os equipamentos tão no osso).

E os pacientes?

Ah, esses coitados... Dona Maria, 68 anos, chegou com dor nas costas às 6h e só foi atendida às 23h — "quando a dor já tinha passado sozinha", conta, rindo de nervoso. Já o pedreiro João Silva, 42, desmaiou duas vezes na fila antes de conseguir ver um médico.

Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Saúde joga a culpa no "aumento sazonal de doenças respiratórias" (leia-se: gripe, COVID e velhos conhecidos do inverno mineiro). Só que os números contam outra história:

  1. Demanda cresceu 47% desde 2024
  2. Só 30% dos leitos previstos foram inaugurados
  3. 3 em cada 10 profissionais pediram demissão este ano

No fim das contas, quem se ferra é sempre o mesmo: Zé Povão. Enquanto os políticos discutem verbas em gabinetes climatizados, no Risoleta Neves rola até rinha de maca — quem chegar primeiro, fica com a vaga. Triste? Sim. Novidade? Nem um pouco.