Explosão de casos de hérnia abdominal na região de Campinas: o que está por trás do aumento de 300% no SUS?
Hérnia abdominal: casos quadruplicam no SUS de Campinas

Os números não mentem — e assustam. De repente, como se alguém tivesse apertado um botão invisível, os prontos-socorros da região de Campinas começaram a registrar uma enxurrada de casos de hérnia abdominal. Não é exagero: quadruplicaram! E olha que a gente tá falando do SUS, onde cada número representa uma pessoa de carne e osso esperando horas numa cadeira de plástico.

"Parece que virou moda", brinca — sem graça — o cirurgião geral Dr. Marcelo Tavares, que atende em três hospitais da região. Mas a piada esconde uma realidade dura: de janeiro a junho deste ano, foram 1.247 procedimentos contra apenas 312 no mesmo período de 2024. Uma diferença que dói no bolso e na barriga dos pacientes.

O que diabos está acontecendo?

Bom, os especialistas têm algumas pistas — nenhuma delas muito animadora. A primeira é o efeito pandemia que ainda persiste, sabe? Aquela história de ficar meses em casa, sem exercício decente, comendo porcaria e depois voltar a pegar peso como se nada tivesse acontecido. "É receita certa para problemas", alerta a fisioterapeuta Ana Claudia Mendes.

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Ah, e tem mais um detalhe sujo: a falta de acesso a exames preventivos durante a COVID criou uma "bomba-relógio" de diagnósticos tardios. "Muitos chegam aqui com o problema já avançado, precisando de cirurgia urgente", conta uma enfermeira que preferiu não se identificar — afinal, ninguém quer ouvir que o sistema está à beira do colapso, né?

Sinais de alerta que muita gente ignora

Você sabia que aquela dorzinha chata na virilha quando você se abaixa pode ser o primeiro sinal? Pois é. A maioria espera aparecer aquele "caroço" visível antes de procurar ajuda — e aí já era. "É como ignorar a luz do óleo no painel do carro até o motor fundir", compara Dr. Tavares, que já viu de tudo nesses 20 anos de profissão.

Os sintomas mais comuns incluem:

  1. Dor ou desconforto ao tossir, rir ou fazer força
  2. Sensação de peso ou fraqueza na região abdominal
  3. Náuseas ou vômitos (nos casos mais graves)

E olha só a ironia: muitos casos poderiam ser evitados com exercícios simples de fortalecimento do core — aqueles que todo mundo conhece mas ninguém faz direito. "30 minutos três vezes por semana já faria diferença", garante a fisioterapeuta. Mas quem tem tempo, né? Até a hérnia apertar...

O lado B do problema

Aqui vem a parte que dói no bolso: cada cirurgia de hérnia custa aos cofres públicos cerca de R$ 3.500. Multiplica isso pelos quase mil casos extras e... bem, você faz as contas. Dinheiro que poderia estar indo para prevenção agora vira gasto emergencial.

"É o eterno problema do SUS: investimos em tratar, não em evitar", desabafa uma gestora regional que pediu anonimato. Enquanto isso, as filas só crescem — e o problema, que começa na barriga, acaba no sistema inteiro.