
Não era o desfecho que ninguém esperava, mas aconteceu. A Secretaria Municipal de Saúde de São José do Rio Preto — aquela cidade que vive entre o agronegócio forte e os termômetros batendo 35°C — acabou de confirmar o que ninguém queria ouvir: a primeira morte por chikungunya na região. Uma mulher de 63 anos, com histórico de hipertensão, não resistiu às complicações.
E olha que o caso é emblemático. A vítima nem tinha viajado recentemente — pego a doença ali mesmo, no quintal de casa, provavelmente. "É o tipo de situação que nos faz repensar todas as campanhas de prevenção", admitiu um técnico da vigilância epidemiológica, sob condição de anonimato.
Sinais que enganam (e matam)
Dor nas articulações que não passa? Febre alta do nada? Cansaço inexplicável? Pode ser — e provavelmente é — chikungunya disfarçada de "virose". A doença, que muitos ainda subestimam, virou especialista em pegar até os mais desconfiados de surpresa.
- Jan-Feb 2025: 38 casos suspeitos na região
- Março: Primeira confirmação laboratorial
- Julho: 217 notificações e agora... a tragédia
"A gente vinha alertando desde o começo do verão", diz Maria Fernanda, agente de saúde que há 11 anos percorre os bairros periféricos. "Mas sabe como é né? Até acontecer com alguém próximo..."
O mapa da dengue (e parentes próximos)
Enquanto isso, os números pintam um cenário preocupante:
- São José do Rio Preto: 1.213 casos de dengue
- Votuporanga: 742 notificações
- Catanduva: 389 registros
E olha que estamos falando só da dengue — a chikungunya, essa parente silenciosa, parece estar fazendo o dever de casa nos bastidores. "O mosquito não escolhe vítima", alerta o secretário municipal de saúde, em tom grave. "Mas idosos e crônicos estão no grupo de risco maior."
Ah, e antes que você pense "lá vem blá-blá-blá de eliminar criadouros" — pois é, parece clichê, mas a receita continua a mesma: tampar caixas d'água, virar garrafas, limpar calhas... O pacote completo que a gente já cansou de ouvir, mas que insiste em ser a única solução real.
Morreu uma. Pode morrer outra. Pode ser você. Pode ser eu. O Aedes aegypti — esse bicho minúsculo e teimoso — não tá nem aí pra discurso bonito. Só quer sangue quente pra reproduzir. E nisso, somos todos candidatos.