Zolpidem: Nova Diretriz da Neurologia Alerta sobre Dependência e Ensina Como Fazer o Desmame Seguro
Zolpidem: Nova diretriz alerta sobre dependência

Um alerta importante foi emitido pela Academia Brasileira de Neurologia sobre um dos remédios para insônia mais prescritos no país: o zolpidem. A entidade publicou novas diretrizes que reconhecem oficialmente o potencial de dependência da medicação e estabelecem um protocolo específico para o desmame seguro.

O perigo por trás do "sono rápido"

O zolpidem, conhecido por nomes comerciais como Stilnox, ganhou popularidade por sua capacidade de induzir o sono rapidamente. No entanto, neurologistas alertam que o uso prolongado pode levar à dependência física e psicológica, criando um ciclo vicioso difícil de quebrar.

"Muitos pacientes não percebem que desenvolveram dependência até tentarem parar de usar o medicamento e enfrentarem sintomas de abstinência", explica um especialista da academia.

Sinais de alerta da dependência

Os médicos identificaram que alguns comportamentos indicam que o uso do zolpidem saiu do controle:

  • Aumento progressivo da dose sem orientação médica
  • Dificuldade para dormir sem o medicamento
  • Uso durante o dia para controlar ansiedade
  • Tentativas fracassadas de reduzir ou interromper o uso
  • Sintomas de abstinência como ansiedade, irritabilidade e insônia rebote

Como fazer o desmame corretamente

A nova diretriz estabelece um protocolo claro para abandonar o zolpidem com segurança:

  1. Redução gradual: Diminuir a dose lentamente ao longo de semanas ou meses
  2. Acompanhamento médico: Todo processo deve ser supervisionado por neurologista ou psiquiatra
  3. Terapia complementar: Adoção de técnicas de higiene do sono e terapia cognitivo-comportamental
  4. Substituição controlada: Em alguns casos, uso temporário de outros medicamentos com menor potencial de dependência

Não interrompa abruptamente

Um dos alertas mais importantes das novas diretrizes é sobre os riscos de parar o zolpidem de forma brusca. A interrupção repentina pode causar:

  • Insônia severa
  • Ansiedade e agitação
  • Tremores
  • Náuseas e vômitos
  • Convulsões em casos mais graves

Alternativas mais seguras

Os neurologistas reforçam que o tratamento da insônia deve ir além dos medicamentos. Entre as alternativas recomendadas estão:

Terapias não medicamentosas: A terapia cognitivo-comportamental para insônia demonstra resultados duradouros

Hábitos saudáveis: Estabelecer rotina regular de sono, evitar cafeína à noite e criar ambiente propício para o descanso

Tratamento da causa: Identificar e tratar condições subjacentes como ansiedade, depressão ou apneia do sono

A nova diretriz representa um marco no tratamento da insônia no Brasil, priorizando a segurança dos pacientes e o uso responsável de medicamentos que, apesar de eficazes, carregam riscos significativos quando usados incorretamente.