
Imagine um lugar onde o cuidado com o neurodesenvolvimento não é apenas um protocolo, mas uma experiência acolhedora. Pois é exatamente isso que Fortaleza acaba de ganhar - e a coisa é tão importante que merece ser celebrada com fogos de artifício!
Nesta segunda-feira (2), a prefeitura, na figura do prefeito José Sarto, cortou a fita do primeiro Espaço Girassol, localizado no bairro Ellery. E não é só mais uma unidade de saúde não: estamos falando de um centro terapêutico especializado exclusivamente no atendimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Um Olhar Além do Convencional
O que me impressiona aqui - e olha que já cobri muita inauguração em vinte anos de profissão - é a abordagem multidisciplinar. Não é só jogar quatro paredes e chamar de centro especializado. Eles trouxeram de tudo: terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia e até musicoterapia.
Parece que finalmente entenderam que autismo não vem com manual de instruções único, né? Cada caso é um caso e demanda abordagens diferentes.
Como Funciona na Prática
Os usuários do SUS, claro, têm acesso gratuito ao espaço. Mas atenção: precisa do encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde ou dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). A triagem é feita pela Central de Regulação, o que tecnicamente deveria agilizar o processo - tomara que funcione na prática, porque sabemos como o sistema público pode ser... bem, complicado.
O espaço vai funcionar de segunda a sexta, das 7h às 17h, atendendo tanto crianças quanto adultos. E isso é crucial, porque autismo não desaparece magicamente depois da infância - algo que muitas políticas públicas teimam em ignorar.
Investimento que Vale a Pena
A prefeitura investiu R$ 600 mil na adaptação do espaço e mais R$ 1,2 milhão por ano para manter a coisa funcionando. É dinheiro? É. Mas qual é o preço de incluir de verdade quem sempre ficou à margem?
O prefeito Sarto soltou uma frase que até me surpreendeu: "É a realização de um sonho". Político falando em sonho normalmente me dá arrepios, mas nesse caso específico... até que soou genuíno.
E tem mais: esse é apenas o primeiro de cinco centros planejados. Se tudo der certo - e torçamos para que dê - até o final de 2026 a cidade terá uma rede decente de atendimento ao autismo.
O Impacto Real nas Famílias
Conversando com algumas mães no local, dava para ver o alívio nos olhos. Uma delas me disse, com a voz embargada: "Finalmente um lugar onde não preciso explicar o tempo todo o que é autismo".
E é exatamente isso! Quando você tem um filho com TEA, cansa de lutar contra a desinformação até em postos de saúde. Ter um espaço com profissionais realmente especializados muda completamente o jogo.
Fortaleza deu um passo importante. Agora vamos acompanhar para ver se a promessa vira realidade consistente - porque no serviço público, como sabemos, inaugurar é fácil, difícil é manter funcionando direito.