DF tem a 2ª pior cobertura de CAPS do Brasil: entenda o que isso significa para a saúde mental
DF tem 2ª pior cobertura de CAPS do Brasil

O Distrito Federal enfrenta uma grave crise na atenção à saúde mental, ocupando a vergonhosa posição de segunda pior cobertura de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em todo o país. Dados alarmantes revelam que apenas 37,4% da população tem acesso a esses serviços essenciais, ficando atrás apenas do estado do Amazonas.

O que são os CAPS e por que são tão importantes?

Os CAPS representam a espinha dorsal da rede de atenção psicossocial no Brasil. São unidades especializadas que oferecem atendimento multiprofissional para pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo dependentes de álcool e outras drogas. Diferentemente dos antigos manicômios, os CAPS trabalham com a reinserção social dos pacientes e o cuidado baseado na comunidade.

Números que preocupam

Enquanto o Ministério da Saúde recomenda que haja pelo menos um CAPS para cada 50 mil habitantes, a realidade do DF está muito distante desse parâmetro:

  • Apenas 37,4% da população é coberta por esses serviços
  • O DF possui apenas 15 CAPS em funcionamento
  • Mais de 1,5 milhão de brasilienses não têm acesso a esses cuidados
  • A média nacional de cobertura é de 66,5% - quase o dobro do DF

Consequências da baixa cobertura

A insuficiência de CAPS sobrecarrega outros serviços de saúde e deixa milhares de pessoas sem o atendimento adequado. Especialistas alertam que essa situação pode levar a:

  1. Aumento de crises psiquiátricas nas emergências dos hospitais
  2. Piora no quadro de saúde dos pacientes sem acompanhamento
  3. Maior custo para o sistema público de saúde
  4. Falta de continuidade nos tratamentos

O que dizem as autoridades?

A Secretaria de Saúde do DF reconhece o problema e afirma que existem projetos para ampliar a rede, porém o ritmo de implementação tem sido lento. Enquanto isso, a população continua sofrendo as consequências dessa carência histórica na atenção à saúde mental.

A situação atual representa um retrocesso nas políticas de saúde mental e um desafio enorme para profissionais, pacientes e familiares que dependem desses serviços essenciais para manter sua qualidade de vida e bem-estar psicológico.