
Parece que estamos vivendo num filme de ficção científica, mas é pura realidade: a inteligência artificial invadiu nosso cotidiano de uma forma que ninguém imaginaria há dez anos. E olha, não são só benefícios não.
Psicólogos capixabas — esses profissionais que entendem da nossa cabeça como ninguém — estão soando o alarme. A Semana do Psicólogo, que rolou agora em agosto, trouxe um debate crucial: nossa relação cada vez mais íntima com as IAs pode estar nos deixando doentes.
Quando a tecnologia para de ajudar e começa a atrapalhar
Você já parou pra pensar quantas vezes por dia recorre ao ChatGPT, a assistentes virtuais ou a algoritmos que tomam decisões por você? Pois é. A conveniência tem um preço, e ele pode ser alto demais.
"A gente observa um crescimento preocupante na ansiedade e na sensação de incompetência", comenta uma psicóloga que prefere não se identificar. "As pessoas estão terceirizando até as escolhas mais simples — o que comer, que rota seguir, que filme assistir."
Os sinais de alerta que você não pode ignorar
- Medo de decidir sozinho: aquela angústia que dá quando você precisa tomar uma decisão sem consultar o celular
- Ansiedade digital: ficar nervoso quando a internet cai ou quando a IA não responde rápido
- Dificuldades sociais: preferir interagir com máquinas do que com pessoas
- Perda de autonomia: sentir que não consegue mais resolver problemas simples sem ajuda tecnológica
Não é exagero não. A psicóloga Adriana Zanini, que participou dos debates, foi direta: "Estamos criando uma geração que não sabe mais pensar por si mesma. É assustador".
O paradoxo da conexão: mais tecnologia, menos humanidade
Eis o que me deixa pensativo: nunca estivemos tão conectados, mas a solidão nunca foi tão grande. As IAs até simulam empatia, mas no fundo são códigos rodando em servidores — não substituem um abraço de verdade ou uma conversa olho no olho.
Os especialistas lembram que habilidades humanas essenciais — como criatividade, intuição e até o bom e velho "chute educado" — estão atrofiando. A gente está se tornando refém da precisão artificial, como se viver fosse uma ciência exata.
Como usar a tecnologia sem perder a cabeça
- Estabeleça limites: determine horários para consultar assistentes virtuais
- Exercite sua autonomia: tome pequenas decisões do dia a dia sem ajuda digital
- Mantenha contato real: priorize conversas presenciais em vez de interações virtuais
- Desconecte para conectar: reserve momentos totalmente offline
Parece conselho de vó, mas faz todo sentido. A tecnologia veio pra ficar — e isso é bom —, mas precisamos aprender a usá-la sem deixar que ela nos use.
No final das contas, como bem lembrou um participante do evento, "ferramentas são para ampliar capacidades, não para substituir capacidades". Fica a dica.