
A cena se repete toda semana, e honestamente, já está ficando cansativo. Pais do Jardim Guanabara, na Zona Norte do Rio, estão enfrentando um pesadelo que parece não ter fim. A creche municipal Virgem de Guadalupe, que deveria ser um ambiente seguro, virou palco de uma infestação persistente de piolhos e - pasmem - carrapatos.
"É desesperador", conta uma mãe que prefere não se identificar, com a voz embargada. "Meu filho volta pra casa coçando a cabeça sem parar, e já encontrei vários carrapatos na roupa dele. Como isso é possível numa creche?".
Problema que se arrasta por meses
O negócio é sério mesmo. A situação não é de hoje - alguns pais relatam que o problema vem se arrastando desde o início do ano. E o pior: as reclamações na direção da escola, segundo eles, não surtem o efeito esperado.
Uma outra mãe, mais indignada, soltou: "Já cansei de reclamar. Eles passam um shampoo, dão uma geral, mas na semana seguinte está tudo igual. Parece que estão enxugando gelo".
Secretaria promete investigar
Diante da pressão, a Secretaria Municipal de Educação do Rio finalmente se manifestou. Em nota, informou que vai apurar as denúncias e, se confirmadas, tomará "as providências necessárias".
Mas cá entre nós - será que vai resolver? A promessa é de que uma equipe da Coordenadoria de Saúde Escolar visitará a unidade ainda esta semana. Tomara que não seja só mais uma visita protocolar.
Risco à saúde das crianças
O que mais preocupa, convenhamos, não é só o incômodo. Piolhos podem causar dermatites e infecções secundárias quando as crianças se coçam demais. Já os carrapatos - esses sim são mais alarmantes - podem transmitir doenças sérias, como febre maculosa.
Um pediatra que atende na região comentou, sob condição de anonimato: "É uma situação inadmissível. Creches precisam manter padrões rigorosos de higiene justamente para evitar esse tipo de problema".
Enquanto isso, os pais seguem na luta. Alguns já estão pensando em medidas mais drásticas, como não levar as crianças até a situação ser resolvida de verdade. Outros organizam um abaixo-assinado para pressionar as autoridades.
O que vai ser preciso para que essas crianças tenham um ambiente digno? Só o tempo - e a persistência dos pais - dirão.