Eis uma verdade que dói: quantas mulheres, por aí, deixam a saúde em segundo plano? A correria do dia a dia, a família, o trabalho... tudo parece mais urgente. Mas e aquela consulta que não marca, aquele exame que adia? Pois é.
Em Mato Grosso, a Oncomed – aquele centro de oncologia que já virou referência – decidiu cutucar essa ferida. E como! Lançaram uma campanha que é praticamente um grito de alerta: o Setembro Verde.
Não é só um laço verde, é um salva-vidas
O mês agora tem uma cor a mais no calendário da saúde. E não é só simbologia não. A ideia é botar na cabeça das mulheres que câncer no colo do útero, endométrio, ovário, vulva e vagina existe – e mata. A falta de informação? Essa é a pior inimiga.
— O grande problema desses tumores é que eles são traiçoeiros. Chegam devagar, sem fazer alarde. Quando a mulem sente algo errado, pode ser tarde demais — explica a médica oncologista Dra. Fernanda Capistrano, com aquela voz de quem já viu caso demais.
Sinais que não podemos ignorar
O corpo fala, mas a gente teima em não ouvir. Sangramento fora de hora, corrimento que não era pra estar ali, dor na relação sexual, um peso estranho na pelve... São pistas! Coisas que muita gente acha "normal" ou "da idade" e deixa pra lá.
- Sangramento anormal: Fora do período menstrual ou depois da menopausa? Alerta vermelho.
- Corrimento incomum: Com cheiro forte, cor diferente? Não é frescura, vá ao médico.
- Dor persistente: Na região pélvica ou durante o sexo? Seu corpo está pedindo socorro.
- Mudanças na bexiga ou intestino: Dificuldade pra fazer xixi, vontade constante... Tudo isso pode estar ligado.
O papo é sério, mas a solução pode ser mais simples do que parece. O exame preventivo (o famoso Papanicolau) é capaz de flagrar o câncer de colo de útero logo no começo. E olha, não dói nada. É rápido, tá disponível no SUS e pode te salvar.
O que a Oncomed tá fazendo na prática?
Não é só discurso não. A clínica tá com uma programação intensa durante todo o mês. Palestras em empresas, ações em espaços públicos, distribuição de material informativo – querem espalhar a mensagem em todo canto.
— Nosso maior objetivo é quebrar tabus. Falar abertamente sobre isso, sem vergonha. Porque no silêncio, a doença avança — comenta algum funcionário da instituição, com aquele brilho nos olhos de quem acredita no que faz.
E tem mais: tão oferecendo agendamento prioritário para consultas de check-up durante o período da campanha. Querem facilitar o acesso, tirar as desculpas da jogada.
E a tal da vacina do HPV?
Ah, isso é crucial! O HPV é um vírus danado, responsável pela esmagadora maioria dos casos de câncer de colo de útero. A boa notícia? Existe vacina, e ela é grátis para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos pelo SUS.
Vacinar os jovens hoje é prevenir uma tragédia amanhã. Simples assim.
No final das contas, a mensagem que fica é uma só: autocuidado não é egoísmo, é survivalismo. É sobre se conhecer, prestar atenção nos sinais e não ter medo de procurar ajuda. Porque quando o assunto é câncer, tempo é tudo. E a vida, bem, a vida é preciosa demais para ser negligenciada.
